Sertanejo Universitário na verdade, não é um novo estilo musical, e sim uma variação do Sertanejo tradicional, que usa basicamente uma batida mais acelerada semelhante ao arrocha (muitas vezes se fundindo a este estilo), duetos ou misturas de letras e batidas do Funk, e quase sempre acompanhados de instrumentos mais clássicos do Sertanejocomo a viola caipira e acordéon(gaita).
Temática
Existe uma linha tênue que separa o Sertanejo Universitário de outros estilos como o pagode, funk e o eletro. Basicamente as roupas e os instrumentos musicais (viola e sanfona) são o diferencial, e claro, a herança do Sertanejo raiz e romântico. Eu citei os outros estilos musicais, pois ficou muito comum nas musicas de sucesso do Sertanejo Universitário, a participação e até co-autoria de pagodeiros, funkeiros e outros .
Enquanto o sertanejo tradicional fala de amor/paixão e de experiências no campo, a grande maioria das músicas universitárias falam de pegação, balada, cachaça, e principalmente, de “modinhas”. Aliás, essa é uma das características do universitário. Muitas das músicas de grande repercussão são feitas de piadas, paródias ou fazem alusão a alguma modinha temporária, geralmente algum MEME da internet ou televisão.
Origem
Como bom sul-mato-grossense, me encho de orgulho em dizer que este estilo que dominou o Brasil teve suas origens mais remotas por aqui, lá pelo ano de 1997, quando os grandes bailes lotavam os salões em Campo Grande e nas cidades do interior do estado. Nesta ocasião, duplas como João Haroldo e Betinho, Marco Aurélio e Paulo Sérgio, Patrícia e Adriana, Brenno Reis e Marco Viola, começaram a tomar espaço nos palcos e ganhar o gosto do público baileiro.
Mas foi somente a partir de 1999 que o Sertanejo Universitário começou a figurar como estilo forte e ser reconhecido, graças a João Bosco e Vinícius, que na época faziam faculdade – João(Odonto) e Vinicius(Fisioterapia) – e começaram a se apresentar juntos nos bares frequentados por universitários (Daí o nome).
Muitos podem discordar de mim, por achar que o início de tudo foi com César Menotti e Fabiano (concordo em partes), porém, João Bosco e Vinícius emplacaram o sertanejo universitário com seu primeiro CD lançado em 2002, chamado “Acústico no Bar”, enquanto “os Menotti” lançaram seu primeiro disco somente em 2004. Porém, foram os irmãos gordinhos que deram início ao movimento Nacional do Sertanejo universitário, quando foram contratados pela Universal Music e lançaram o CD e DVD “Palavras de Amor”. Pegando carona nesse Boom, um ano depois João Bosco e Vinícius explodiram em Nível Nacional com o sucesso “Quero Provar que te Amo” do CD e DVD “Ao Vivo” de 2005.
Desde então, já considerada integrante da MPB, a música sertaneja alterna as paradas de sucesso entre integrantes da velha e da jovem guarda, e mesclando sucessos entre si.
De integrante de sucesso nos Titãs a uma carreira solo tão aclamada quanto, o paulistano de 53 anos já rodou o mundo e se mantém na elite da música nacional, requisitado de norte a sul do Brasil.
Ao longo de sua trajetória, foram canções e mais canções dedicadas a entes queridos e parceiras românticas. Sai ano, entra ano, e Nando segue fazendo questão de celebrar o amor, a família e a vida, e seu novo disco – Jardim-Pomar,lançado no mês passado – traz tudo isso em grandes doses.
Como em “Inimitável”, a terceira faixa, onde canta que “Se vamos todos morrer / Então vamos tratar de viver”. Ou em “4 de Março”, dedicada à esposa Vânia. “Azul de Presunto”, então, faz questão de reunir alguns de seus melhores amigos – estão, entre eles, simplesmente Paulo Miklos, seus filhos.
Certo é que Nando tem a fórmula do sucesso: música acessível, feita com o coração. Mas qual foi o ponto de partida de Jardim-Pomar? Como foi produzi-lo com seus lendários parceiros Jack Endino(Nirvana, Soundgarden, Mudhoney) e Barrett Martin (ex-Screaming Trees), e qual sua significância dentro da vasta discografia de um dos maiores artistas brasileiros?
Batemos um papo com seu autor e você confere as respostas logo abaixo!
TMDQA!: Como surgiu o conceito, ou a reunião de conceitos, que se tornariam o álbum Jardim-Pomar? Nando Reis: Ele não é um disco conceitual ao pé da letra, o único conceito por trás dele é o de que faço e lanço discos. O resto vem como forma, ou seja: concluído o ciclo da gestação e realização da obra, vem a própria absorção dele por vocês. Essa gestação começou por volta de quatro anos atrás, quando terminei e lancei o Sei (2012). Desde que me tornei independente – algo que acho ótimo – passei a estar envolvido na comercialização e entrega do disco, que é uma etapa fundamental. E de certa maneira eu me prezo muito de me encarregar dessa parte, ainda mais em um mercado tão dinâmico.
Isso me pôs num cenário muito incerto. A gestação desse disco também está relacionada às experimentações que fiz com o Sei, que só existia como objeto físico na loja do site ou nos shows, e com os dois discos ao vivo que vieram depois. Essas experimentações me levaram a fazer a distribuição do Jardim-Pomar no meu site, em lojas, e em plataformas de streaming. Esse planejamento acabou influenciando na própria parte musical. Fiz com muita calma, considerando o espaço de tempo e oportunidade, obedecendo a um cronograma mais devagar.
Comecei ele lá em Seattle, em 2015, e concluí a parte de gravação aqui em São Paulo, em fevereiro desse ano. Isso foi determinante para termos dois produtores, já que o Jack não pode vir pra cá e veio o Barrett. Depois, fomos para a parte final, que são a concepção e fabricação gráfica. Voltando à sua pergunta: o conceito é esse processo de fabricação do próprio disco atrelado à parte musical, o repertório, e juntam-se essas partes da melhor forma.
Quando escolhi o nome ‘Jardim-Pomar’ vi que ele era belo, e as duas palavras independentes casualmente combinavam com as duas etapas de produção. O sentido da palavra ‘jardim-pomar’, muito usada pelo autor Murilo Mendes, tem relação com a forma que trabalho e com o conteúdo das músicas. O disco é um jardim onde brotam plantas, árvores; delas crescem flores, e depois vêm os frutos.
TMDQA!: Dessa vez o processo de gravação foi diferente de todos os outros. Por que resolveu gravar em São Paulo, com Barrett Martin, e em Seattle, com Jack Endino? E como surgiu a ideia de fazer versões alternativas da música “Só Posso Dizer”?
Nando Reis: Tudo foi um misto de indecisão e casualidade. Fui contratado pra tocar num navio no Alasca e ele saía de Seattle, e o show seria eu, o Alex (Veley, tecladista) e o Felipe (Cambraia, baixista). Jack foi sensacional. Em fevereiro ele não pode vir, mas Barrett veio e é distinta a forma como eles trabalham. Foi bem determinante na maneira como fizemos arranjos de cada música. Minha forma de gravar era: pegar o estúdio, convocar a banda, fazer arranjos, gravar e editar. Com esse intervalo de tempo pude ouvir e decidi que não queria que o disco fosse lento como estava se tornando.
TMDQA!: E as parcerias? Samuel Rosa, seus filhos, os Titãs…
Nando Reis: Com o Samuel gravei uma música que fizemos juntos na ‘safra’ do discoVelocia (2014), do Skank. Eles não gravaram ela e eu achei ótimo. As outras parcerias são pessoas com quem gosto de trabalhar. O Seba e o Theo tem o 2 Reis, que vai lançar um trabalho próprio magnífico no ano que vem. Queria que a canção “Azul de Presunto” fosse cantada por muita gente, e me ocorreu chamar os Titãs que são meus amigos de longa data.
Nos demos conta de que fazia 25 anos que não cantávamos juntos! A música em si me remete a eles, e cantá-la coletivamente seria representativo da pluralidade que essa música tem. Nada melhor que ter meus amigos responsáveis pela minha história e formação musical, meus filhos que são meu círculo afetivo, artistas femininas que admiro…
TMDQA!: Dá para dizer que Jardim-Pomar é a melhor versão do Nando Reis? É o disco com o qual ele se sente mais confortável, mais confiante?
Nando Reis: Se não a melhor ideia, pelo menos é a mais atual. Gravei esse álbum num momento em que quis expandir minha sonoridade, mas musicalmente ele possui ideias que remontam às minhas características habituais.
TMDQA!: Esse é o seu 14º álbum no total – o oitavo de estúdio, com material original. Antes disso você teve toda sua carreira nos Titãs. Quais foram as maiores lições que aprendeu ao longo desse tempo?
Nando Reis: Hoje canto melhor, sou um músico melhor, tenho mais calma, atento mais à originalidade, sei melhor quem sou. Por outro lado, não seria nada disso se não tivesse passado por essas outras etapas da minha carreira, de quando era um garoto inexperiente e aventureiro.
TMDQA!: Ainda em relação à sua longa carreira, você começou a fazer sucesso na época do disco de vinil e, mesmo presenciando e sofrendo as mudanças no mercado fonográfico, continua em alta na era digital. Existe uma fórmula para o sucesso que independe das variações da indústria? Como é ser músico hoje em comparação aos seus primeiros anos?
Nando Reis: Cada época tem sua característica, mas todo mundo quer uma boa melodia para assobiar. Acho meio falso você dizer que é fácil ou difícil agora ou antigamente. A era digital tem a vantagem de dar a chance do artista gravar em casa, porque era uma fortuna gravar antes. A maior dificuldade é ter o que gravar, ter material de qualidade. E quem tem ambições e zelo pelo próprio trabalho já tem meio caminho andado.
TMDQA!: Como está sua agenda pra esse finzinho de ano?
Nando Reis: Vou seguir com a turnê ‘Voz e Violão’ até dezembro. No fim de dezembro tenho alguns shows com a banda, shows de lançamento do disco. Em janeiro, sei lá. E em fevereiro vamos ensaiar para a turnê desse disco, que vai durar o ano todo.
TMDQA!: Você tem mais discos que amigos?
Nando Reis: Sempre tive mais discos que amigos, até porque é muito bom ter disco, né? Passo horas com a minha coleção.
Chitãozinho e Xororó aproveitaram a chegada do Natal para lançar seu novo single “Meu Irmão”, juntamente com o clipe, gravado em Campinas.
Escrita por Victor Chaves (da dupla Victor e Leo), a canção traz reflexões e uma mensagem de esperança. “É um presente de Natal para nossos fãs. Queremos que seja uma música marcante e que fique no coração de cada pessoa que ouvir”, conta Chitãozinho. “A letra é linda e os arranjos foram pensados com muito cuidado para termos o melhor resultado. Assim como o clipe que contou com uma grande produção, refletindo bem a alegria e esperança em um vídeo”, complementa Xororó.
O curta, que tem direção de Fernando Hiro, foi gravado em plano sequência e traz a dupla andando pelas ruas de Campinas. Durante o vídeo eles são acompanhados por diversas pessoas, incluindo o grupo Ballet & Cia, Lucas Lima e Amon Lima, da Família Lima, que participa também na música com alguns arranjos de cordas. Liderados por Chitãozinho e Xororó, o grupo interage e anda junto até o palco principal, encerrando o clipe de forma brilhante, casando com a mensagem da música.
Gustavo Bertoni (Scalene), André Whoong e Victor Meira (Bratislava) são convidados do disco que tem lançamento solidário, com 70% da arrecadação destinados a ONGs de SP e BA
Após um hiato de quatro anos de seus projetos solo, Beto Mejía coloca no mundo o sucessor do EP “Abraço” (2012): o álbum “Wahyoob”. O lançamento é independente e também beneficente. Isso porque o download acontece no modelo “doe quanto quiser”, com parte do valor arrecadado sendo destinado às ONGs Santuário Terra dos Bichos (SP) e Desabafo Social (BA). A ligação com o bem estar e a vida animal está estampada no nome do trabalho, batizado em referência a um conceito ritualístico maia. “Wahyoob” é a busca por uma força arquetípica animal para se vivenciar o cotidiano, e é essa a aura que guia o novo lançamento do músico, cantor e compositor brasiliense.
Conhecido como flautista do Móveis Coloniais de Acaju, trabalho que dividiu com outros nove instrumentistas ao longo de 18 anos, Beto vê em “Wahyoob” um recomeço. Com a pausa indefinida nas atividades do Móveis, anunciada recentemente, o foco do artista foi para o novo álbum que já estava saindo do forno após mais de um ano em desenvolvimento. Esse renascer também coincidiu com a chegada da paternidade na vida do músico, um acontecimento que deixou sua marca na faixa 11 do disco, “Amora”, nome de sua filha. No total, são 12 músicas de inspirações diversas, de orixás a cultura pop, passando por referências sonoras percussivas, melódicas e eletrônicas.
O álbum inicia com o tema instrumental “Começo, meio e fim”, composto originalmente como uma abertura do show do Móveis Coloniais de Acaju, mas que nunca vingou. A intenção é a de abrir os ouvidos de quem irá acompanhar essa viagem musical. Logo em seguida, o single “Kaningawá”, lançado no fim de outubro e um prenúncio da aura pop do disco. Em “Eu cruzei o seu caminho”, a letra reflete sobre uma troca de olhares entre desconhecidos. Na mesma onda de encontros improváveis, as notas dos sopros se unem ao synth, com o instrumental inspirado pela abertura da série de TV “The Leftovers”.
“Odoya” entrega a vocação espiritual do disco, em uma homenagem a Iemanjá, a mãe do mar. A energia da natureza se traduz em grooves de percussão e sintetizadores na linha de teclados amadores dos anos 80. “Bubna” marca a primeira participação especial nos vocais, com Gustavo Bertoni (Scalene) como convidado, apesar de a letra ter sido composta com uma voz de narradora feminina. “Essa foi feita para todas as vozes de mulheres que um dia foram emudecidas”, explica Beto.
“Diminutivo” faz alusão ao nosso falso senso de importância, enquanto “Eu me perdi” faz o caminho inverso ao abordar a invisibilidade social. “A letra saiu depois de caminhar um dia pela Cracolândia. A energia lá é muito densa. Pra sair dali, só com ajuda e nada de indiferença”, reflete Beto.
“Fiz um feitiço” inaugura os momentos finais do disco, sob influência direta das flautas do trabalho solo de Jónsi, vocalista do Sigur Rós. Com “Sopra no ar”, Beto entra em sua natureza mais percussiva em um groove inusitado de bateria. “Gravar essa batera, por sinal, não foi uma das coisas mais simples. Mérito do Anderson Nigro. É talvez a mais doidona do disco, tem quebra de parte, modulações e batuque de macumba”, entrega.
Trazendo mais um convidado, “Uhuuu” conta com André Whoong, letra simples e energia para cima. “É pra tirar o pé do chão, dançar até não poder mais e celebrar a felicidade das boas companhias”, conta Beto. Por fim, em “Minerador”, Victor Meira, vocalista da Bratislava, colabora em letra e música. “Dentro do conceito do disco, acho que não havia frase melhor pra terminar. A gente luta o tempo inteiro, se suja o tempo todo. Vale assumir que ninguém é perfeito. ‘Talvez, eu nunca pise no céu’”, finaliza Beto.
Nesse novo trabalho, ele assina ainda a produção, guitarras e baixos (todos ao lado de Kelton Gomes). Entre os músicos convidados estão também os saxofones que os acompanharam por quase duas décadas no Móveis: Esdras Nogueira e Paulo Rogério. E, incorporando o espírito “Wahyoob” do disco, 70% de toda a arrecadação pelos downloads no site betomejia.com.br serão destinados às ONGs Santurário Terra dos Bichos, localizada em São Paulo e que já resgatou mais de 500 animais de 18 espécies, e Desabafo Social, de Salvador, projeto que visa a transformar vidas por meio da promoção da cultura dos direitos humanos, do incentivo ao empreendedorismo social e novas práticas pedagógicas embasadas por indicadores e dados. O valor da contribuição é livre e dá direito ao download do disco, que também será disponibilizado nas plataformas de streaming de música.
O cantor e compositor carioca Mayam e Maria Gadú lançam a canção “De Nós Dois”. A música faz parte do segundo trabalho do músico, o disco “8”, que traz como temática rupturas e a autodescoberta. O álbum será lançado em breve pelo selo Montanha. O single é um dos mais românticos do trabalho, e traz em sua letra uma declaração de amor velada, que entrelaça as vozes de Mayam e Gadú. A canção chega agora às principais plataformas de streaming.
“De Nós Dois” foi composta há seis anos, durante o término de um namoro de Mayam. Ele conta que a canção foi escrita em minutos. “Tem canções que demoram um tempo para vir até a gente. E essa música veio inteira pra mim, harmonia, letras e tudo. A compus em duas horas”, relembra.
Na mesma época, a cantora Maria Gadú, paulista, tinha acabado de se mudar para o Rio, e Mayam tinha ido a um sarau na casa dela. Na ocasião, todos os frequentadores tocaram alguma composição própria. Quando foi a vez de Mayam, ele apresentou “De Nós Dois”, que era a música mais recente que havia criado.
“Essa era a mais nova, tinha acabado de fazer, era a queridinha. Quando entrei no refrão, 'você aqui é tão melhor', a Gadú chegou fazendo backing vocal comigo. Entrou na melodia fácil, ela sentiu, a música também sentiu ela e foi rolando. E a Maria amou a música e disse: 'quando for rolar essa canção, a gente grava junto'”, conta Mayam.
Durante a gravação do disco, nas últimas semanas, Maria Gadú conseguiu um espaço na agenda para gravar a faixa. “Foi incrível, curtimos pra caramba. Assim como o destino já tinha sido selado lá atrás, a gente só cumpriu a tarefa de fazer a música rolar desse jeito”, conclui Mayam.
Fusão de personalidades artísticas. Essa é a definição do trio Sarina, que representa a mistura de experiências, pensamentos, sentimentos e percepções em um verdadeiro mix das características dos integrantes. Abordando temas sociais e do cotidiano, Rafael Lira, Ícaro Reis e Thiago Pádua apresentam o talento em dois registros na carreira, e mostram porque chegaram para marcar a cena brasileira.
O trio se conheceu na estrada, por meio do circuito independente. A afinidade e o gosto musical comum fez nascer a Sarina, no ano de 2014. Com originalidade, todos compõem, assinam e tocam as músicas, por isso o grupo se auto define como uma única pessoa.
Vindos de Aracaju, mas reunidos em São Paulo, Sarina inicia a carreira exibindo toda a sua multiculturalidade ao lançar o primeiro álbum, homônimo. O resultado são canções assobiáveis e românticas por natureza, misturando inspirações regionalistas com pop e o indie rock. A produção foi feita de forma independente pelos próprios integrantes e a masterização ficou a cargo de Fernando Takara (Criolo, Ratos de Porão, Mallu Magalhães).
Mas ainda não era o bastante para o trio. Mesmo depois de figurar nas listas de melhores discos do ano e conseguir um espaço no concorrido projeto Converse Rubber Tracks, Sarina deu um novo passo. A partir disso, nasceu o segundo álbum “Ela”, que leva melodias empolgantes e relatos otimistas sobre as dificuldades cotidianas. O disco recém-lançado traz dez faixas autorais e mistura ritmos regionais com as nuances do indie. A novidade fica por conta das referências, que vieram de suas próprias raízes: a música nordestina.
“Bloqueávamos a veia nordestina na época, por medo de parecer muito caricato ou datados, mas soltamos completamente as amarras no segundo disco e assumimos de uma vez essa coisa, que hoje é praticamente a essência da banda”, confessa Thiago.
Escritas no feminino, as faixas do segundo álbum exibem a nova fase do trio, ao deixar ainda mais clara a sua identidade. “Colheita” abre apresentando a novidade, com arranjos que se assemelham à linguagem do primeiro trabalho, aproximando o ouvinte. “Trem” e “Do Que Reza a Lei” retratam o urbano e a imposição da sociedade, respectivamente. “Hora Certa” conversa sobre a urgência e o imediatismo do sucesso, comum nos dias de hoje – a canção tem a participação de Jajá Cardoso e Luca Bori, da Vivendo do Ócio. “Nova” e “Riomar” conversam sobre o amor do dia a dia e da cidade, enquanto “Traiçoeira” e “Ela” expressam sentimentos distintos. “Sabe Lá” e “O Herdeiro e a Praga” fecham o registro.
“‘Traiçoeira’ fala de um amor sincero, que renunciou à relação pelo bem do outro. Retrata quão doloroso é esse tipo renúncia. ‘Ela’ traduz como nos sentimos nesse atual cenário urbano que a gente está inserido, sob a ótica de quem veio de uma cidade do Nordeste. Usamos expressões típicas da nossa cidade, além de passagens inspiradas no baião e até mesmo no forró”, continua Thiago.
Na gravação, o conjunto alterna as vozes, vocalizes, assobios e distorções. Para desenvolver o talento do trio, a produção de “Ela” é assinada por Leonardo Marques (Udora, Transmissor, Maglore) e foi gravada no Estúdio Buena Família e no Family MOB, em São Paulo. A mix fica por conta de Ícaro Reis, realizada em seu home estúdio Sala de Som. A masterização é de Fernando Sanches (Marcelo Camelo, Criolo, Dead Fish).
“Ela” teve lançamento recente, e exclusivo, pela Billboard Brasil, com uma performance ao vivo no Cavalo Estúdio, em SP.
Ouça “Ela” nas principais plataformas de streaming:
Cantora, compositora, escritora, produtora cultural e artista visual. É complicado definir o trabalho artístico de Bel Baroni em gêneros, estilos e categorias. No lançamento de seu projeto autoral, ela - que assinará como BEL - testa os limites da canção popular, unindo tons eletrônicos e de jazz em “Bem-vindo”. A faixa estará no seu disco “Quando Brinca”, a ser lançado em 2017.
Produzido pela artista e por Gui Marques (que assina também gravação e a mixagem), o single é uma parceria de Bel Baroni com LG Lopes, da banda Graveola e o Lixo Polifônico. A faixa foi composta durante as discussões sobre a diminuição da maioridade penal. Logo no começo da canção, ela canta "pacote curto nasceu / já tem idade / pra ter as penas dos homens / na mamadeira". Lopes musicou um poema de BEL e depois eles finalizaram via Skype.
O modo como a música se desenvolve traz sentidos novos para o nome da canção e questiona até a infância a que o título do disco remete. No refrão, BEL completa: “Culpado, pequeno, mudo / coragem pra quase tudo / se veio, sem voz / bem-vindo”.
O registro veio da vontade de se expressar individualmente ao mesmo tempo que dava vida a composições que não entravam no repertório da banda Mohandas, que a cantora integrava anteriormente. Foi uma mudança de foco para a compositora e cantora, que hoje se dedica ao supergrupo Xanaxou.
“A Mohandas era onde eu escoava minhas músicas, mas claro que ali tratava-se de um processo conceitual e criativo do coletivo, então me dava vontade de trabalhar também essas músicas que ficavam de fora, que não entravam no nosso repertório. Fui gravando umas guias despretensiosamente e aí, quando as levei pro Gui Marques, começou a pira”, explica a artista. “Esse disco nasceu também pelas mãos dele, juntos fizemos os arranjos, fomos acrescentando elementos, vendo a coisa tomar forma e desenvolvendo o universo desse álbum no processo, no fazer. Esse caminho foi longo, mas também muito prazeroso e estimulante. O processo das coisas me encanta muito”.
Para dar forma à música, Gui assumiu os beats, bass-synth e synths, enquanto Diogo Sili cuidou das guitarras e Scott Hill, do sax alto. Tudo isso partiu de uma criação orgânica, da simples vontade de colocar no mundo uma inspiração, uma ideia - o mesmo ponto de partida que BEL usa para todas as suas investidas criativas.
“Às vezes rola assobio, uma melodia, mas geralmente o que vem primeiro é uma letra, é um verso. Fico querendo desdobrar essa escrita, e não só pra música. Tenho feito uns trabalhos mais gráficos com esses versos, também umas videopoesias, audiopoesias, lances assim. Minha pesquisa no feminismo também tem gerado muitas descobertas pra mim. @endografismos, instagram que criei com Chica Caldas, se desdobrou numa performance - ou cura, e também permeou tudo o que eu estava fazendo naquele período. De certa forma, sinto tudo conectado. As formas possíveis que encontro de expressar o que eu filtro do mundo”, reflete.
Essa multiplicidade de linguagens não é nova para Bel Baroni. Estudante de música desde a infância, logo passou a integrar grupos percussivos, como o Rio Maracatu, e aprimorou sua pesquisa musical na Escola Portátil de Choro e com a ajuda de professores como Oscar Bolão e Suely Mesquita. Uma mudança para Madrid, para estudar cinema, culminou na publicação independente “Quando Brinca”, uma coleção de poemas manuscritos publicados digitalmente. 2011 viu nascer a Mohandas, onde atuou até 2015 como cantora, compositora, percussionista e produtora. Foram cerca de 200 apresentações em oito estados do Brasil e até em Buenos Aires. No currículo da banda constam dois EPs, um compacto (“Toda parte”, de 2015) e os álbuns “Etnopop” (2012) e “Um segundo” (2015) - este último, com produção executiva de Bel Baroni e produção musical de Lucas Vasconcellos (Letuce, Legião Urbana). 2016 veio trazendo novos ares com a criação do Xanaxou, reunindo oito mulheres intérpretes, compositoras e instrumentistas. Outros trabalhos incluem a produção executiva do duo Haicu e um coletivo de produtores do Rio de Janeiro que propõe ações de articulação da cena independente.
Com tantos desdobramentos, a carreira em múltiplas frentes se reflete na criação deste trabalho solo e autoral. O livro de poemas, por exemplo, compartilha seu título com o álbum que será lançado em 2017, também batizado de “Quando Brinca”. Foi de lá que veio boa parte das letras e ideias para o disco, o que faz da publicação o brainstorm que deu o pontapé inicial a esse novo momento criativo.
“Vejo uma coisa se desdobrando da outra. E em ambos, me senti saltando, me jogando, me atirando numa aventura. Eu tendo a levar tudo muito a sério, e essa sensação de brincar é o que me salva, me renova”, finaliza a cantora.
Trazendo para o trabalho a atmosfera de suas outras atuações, a capa do single é assinada pela artista plástica, compositora e cantora Mari Romano, que divide o palco com Bel no projeto Xanaxou e também marcou presença como convidada especial no disco.
Uma perseguição com forte teor de suspense é a base para o clipe de de “Impulso”, música da banda paulistana Alaska. Um dos pontos altos das apresentações ao vivo, a canção faz parte do álbum de estreia “Onda”, lançado em 2015, e tido como um dos principais lançamentos do rock alternativo daquele ano. O vídeo traz forte influência da cultura do cinema de terror e horror, também conhecidos como slash movies, e foi dirigido por Santiago Paestor e Vitor D’Angelo. O que era uma perseguição misteriosa torna-se uma história sangrenta e repleta de interpretações subjetivas sobre renascimento, vida e morte.
“Nos reunimos com o Santiago, Vitor e o diretor de fotografia Guilherme e começamos a jogar várias ideias. No fim, o Santiago escreveu um roteiro pelo qual a gente se apaixonou e começamos o processo. Foram meses de trabalho. Esbarramos em muitas dificuldades durante a pré-produção, mas as coisas se alinharam e tudo funcionou”, analisa André Ribeiro, vocalista.
Considerada uma das bandas mais promissoras do indie nacional, a Alaska é formada por André Ribeiro (Voz e guitarra), Nicolas Csiky (bateria), André Raeder (Guitarra), Vitor Dechem (Teclado, guitarra e voz) e Wallace Schmidt (Baixo) e mostra seu amadurecimento neste lançamento, que precede uma turnê nas capitais nordestinas em 2016 e comemora o primeiro aniversário do lançamento do disco.
“Percebemos o quanto trabalhar um disco - viajar, desenvolver material promocional, etc. -, amadurece a banda. O ‘Onda’ sempre será o disco que abriu as portas para a Alaska, e estamos cada vez mais animados pelo próximo”, conta o vocalista.
Para 2017, a banda promete surpresas, mais turnês e o começo do planejamento do segundo disco.
Depois da polêmica sobre sua biografia não autorizada - escrita por Paulo César de Araújo - ter sido recolhida e o autor processado por Roberto Carlos, o próprio artista resolveu escrever sua história.
Mas a ideia não parou por aí. Agora a assessoria de Roberto Carlos anunciou que o cantor irá ganhar um filme biográfico, que começa a ser gravado em breve. O roteiro será feito por Nelson Motta e Patrícia Andrade e a direção ficou nas mãos de Breno Silveira. O lançamento do longa deve acontecer em 2018.
A seleção de atores ainda não começou, mas Roberto Carlos irá participar do processo para escolher quem ira interpretá-lo nas diversas fases de sua vida.
Polêmica
Em 2007, Paulo César de Araújo escreveu o livro "Roberto Carlos em Detalhes", uma biografia não autorizada sobre o cantor. Algumas partes do livro não agradaram ao rei que conseguiu na justiça que os 11 mil exemplares do livro fossem tirados de circulação.
"Não li o livro todo, mas as coisas que eu vi e que tenho conhecimento me desagradam muito. Para começar, é não-autorizada. Tem coisas não-verdadeiras, que ofendem a mim e a pessoas queridas, expostas ao ridículo", declarou o cantor na coletiva que deu no final de 2006.
Impedido de lançar o livro, o autor escreveu outro, para falar sobre o processo que sofreu do artista. "O Réu e o Rei - Minha História com Roberto Carlos, em detalhes" chegou às livrarias em 2014. A introdução do livro traz o encontro do escritor com Roberto Carlos em 2007, na 20ª Vara do Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, numa audiência de conciliação convocada pelo juiz Tércio Pires. O tom dessa introdução é de decepção com o ídolo.
O Spotify é um dos serviços de streaming de música mais usados no mundo todo. Todo ano, eles liberam uma lista com as músicas e os artistas mais escutados em cada país e no Brasil o ano foi definitivamente do sertanejo! Da lista dos top 5 artistas, 3 são do gênero. Liderando a lista dos mais escutados está a dupla Jorge e Mateus, dona de sucessos como “Sosseguei” e “Louca de Saudade”. Confira a lista completa!
Com mais de 40 anos de sucesso, Chitãozinho e Xororóconta que desde o disco ’60 Dias Apaixonado’ não grava mais músicas por imposição.
As novas cantoras sertanejas são o maior fenômeno da música pop brasileira em 2016. Maiara e Maraisa, Marília Mendonça, Simone e Simaria, Naiara Azevedo e Paula Mattosdominaram as rádios e colocaram hits de romantismo sofrido como, “Infiel”, “10%” e “50 Reais” na boca do povo. Chitãozinho & Xororó falaram que estão de olho na atuação das meninas e sabem da importância delas estarem novamente abrindo este mercado, que teve destaque nas figuras de Roberta Miranda, Inezita Barroso e as Irmãs Galvão. “Nosso segmento tinha essa carência feminina, e na música country é muito comum. Aqui a gente não tinha essa força e estamos felizes demais por isso, além de fortalecer ainda mais nosso segmento”, comenta um eufórico Xororó, que faz questão de enaltecer a figura de cantora. “Incluo a Paula Fernandes que fez e faz um grande sucesso até hoje no Brasil e em muitos países do mundo. Ela contribuiu pra abrir as portas para Marília Mendonça e Maiara e Maraisa”, completa ele.
Duas noites memoráveis no palco do Oi Futuro Ipanema se transformaram em uma série de vídeos ao vivo. A cantora Michele Leal disponibiliza alguns dos melhores momentos de sua participação no projeto Levada, que completa cinco anos de muita música. No primeiro vídeo, Michele reúne três releituras: “Ponta de areia” e “Travessia”, de Milton Nascimento; e “Desenredo”, de Dorival Caymmi e Paulo César Pinheiro.
Mas quem deu o tom das apresentações, na verdade, foi o álbum “Peixe”, novo trabalho de Michele Leal e sucessor do EP de estreia “Jacarandá”. Se as primeiras canções levaram Michele à trilha sonora de novela da Rede Globo, o novo disco vem para solidificar e amadurecer essa sonoridade, que bebe da MPB e da bossa, mas sem medo de mergulhar nos sons mais experimentais e psicodélicos da nossa música.
Aí que entram os covers no repertório do show. Pensados como homenagens, eles são recriados ao vivo com a reverência de quem reconhece a importância daquelas canções. Michele é mineira de Itajubá e foi influenciada tanto pela grandeza da voz de seu conterrâneo Milton quanto pela cadência praiana de Dorival Caymmi. A escolha foi por uma interpretação mais intimista, em que os músicos do show - Domenico Lancelotti (bateria, MPC e programações), Marcos Campello (guitarra), Iuri Brito (baixo) e Danilo Andrade (teclados) - deixam o palco apenas para Michele e seu violão.
“É uma homenagem a tudo aquilo que me formou. Eu cresci ouvindo essas canções. Não poderiam faltar no repertório, pois seria como negar meu passado. Quando criança, no coral infantil, essas músicas foram escola. Me tocavam já desde pequena, mesmo sem entender a dimensão que elas tinham. Hoje, compreendo a importância, além da beleza. Me emocionam por demais. E como eu escolho as músicas dessa forma, não tinha como ser diferente”, explica a cantora.
O Clube da Esquina, em especial, tem uma passagem marcante pela carreira de Michele Leal. A cantora participou de “Mar Azul”, um disco em tributo ao movimento musical de Milton e Lô Borges. Lançado em 2015 em formato de websérie, o primeiro volume trouxe, além de Michele cantando “Paisagem da janela” (https://youtu.be/1Wtz35QrJKI), nomes como Pedro Luís, Moska, César Lacerda e Silva, entre outros.
O vídeo ao vivo com a releitura de “Ponta de areia”, “Travessia” e “Desenredo” já está disponível online. Outros episódios serão lançados semanalmente.
O baião e a MPB. O sotaque nordestino e o carioca. Estes são elementos presentes no número "Segue A Saga" composto pelo artista Mauro Sta. Cecília e o músico Camões. Conhecido por sua parceria com Frejat e Maurício Barros, Mauro Sta. Cecília também é poeta e escritor. Já Camões é uma das apostas da nova MPB e soma no currículo os EPs “Cupim” e “Anilina”, com uma sonoridade voltada para a mistura do violão de nylon e dos beats eletrônicos. A performance ganhou registro ao vivo, sob direção de Duda Monteiro.
Produzida durante o E.T.C (Espaço Temático de Criação), a canção nasceu de um desafio. Os artistas deveriam criar alguma obra em cima de um tema proposto - neste caso, um cordel que contava a história do Seu Luís, um imigrante do Ceará para o Rio. Camões e Mauro decidiram compor uma canção em cima da estrofe que contava quando ele foi traído pela mulher.
“Da leitura até a data da apresentação, tínhamos 15 dias. Eu estava sem inspiração nenhuma, já tenso com o prazo. Até que o poema do Mauro veio como um estopim. Quando ouvi os versos: ‘A saga segue/ A saga da vida real segue’ num áudio que ele me enviou pelo celular, já saiu o refrão da música. Ali num táxi, no espanto, sem violão. Quase um espirro”, relembra Camões.
A parceria dos dois surgiu durante a oficina, mas eles já se conheciam de outros carnavais. Mauro foi um dos jurados do Festival Nova Música Brasileira, em 2012, quando Camões participou com a banda Os Lusíadas. No dia da leitura do cordel na oficina, Mauro reconheceu Camões e perguntou se podiam fazer algo juntos.
“Acabei fazendo esse ritmo de baião eletrônico que também serviu de base pra música que compus, inspirado tanto no cordel do Seu Luís quanto no poema do Mauro. ’Segue a saga do solo seco do meu coração/ Segue amarga a dor do seu nego não ser mais eu não’. Aí o resto foi transpiração. Busquei referências melódicas do baião, quis contar uma história que encantasse, lapidando verso por verso para manter o suingue de um semi-repente”, explica o cantor.
A banda Kalouv acaba de lançar o clipe para a canção “Peixe Voador”. O single faz parte do compacto “Planar sobre Invisível”, gravado este ano no projeto Converse Rubber Tracks, em São Paulo. O clipe gravado em plano sequência em uma praia deserta de Natal, traz direção e roteiro de Jônatas Barbalho. Na coreografia, o ator e dançarino Micaio Lima reage às notas da música, como se corpo e som fossem um só. O vídeo é uma realização Transtorno Filmes e E-studio 840.
Em seis anos de banda, essa é a primeira vez que a Kalouv produz um clipe - o que não significa sua ausência dos serviços de vídeo. Pelo contrário: os próprios fãs incluem a música em edições de filmes populares, ou produzem conteúdo original para as canções. Ao notar essas criações, os rapazes perceberam que a forma como as composições são construídas estimulava a imaginação dos ouvintes. O guitarrista Túlio Albuquerque conta que a partir dessa percepção, eles começaram a alimentar a vontade de fazer algo no audiovisual:
“Chegamos a montar equipes algumas vezes, mas sempre algo dava errado. Até que finalmente conhecemos Jônatas, o diretor do vídeo, numa das viagens que fizemos a Natal para tocar. Notamos que ele tinha a sensibilidade necessária e toda motivação do mundo pra fazer isso acontecer. A partir desse encontro, praticamente tudo ficou nas mãos dele. Tivemos a sorte também de ter a participação de uma equipe muito talentosa e querida, além de um ator/dançarino extremamente expressivo que foi o Micaio Lima, que criou e executou muito bem a coreografia. A escolha pelo plano sequência também foi um ponto que contribuiu muito para a leveza e fluidez da mensagem. Ficamos muito felizes e surpresos com o resultado”, conta.
A conexão entre o áudio e o visual na Kalouv é um detalhe percebido pelos integrantes. Talvez pelo fato das músicas não terem letras, estas são vistas como telas brancas em que o ouvinte constrói sua própria história. A cada novo trabalho os rapazes procuram artistas visuais que se conectem com o espírito das canções. As artes de “Sky Swimmer” (2011) foram produzidas por Ianah Maia; as de “Pluvero” (2014), contaram com as ilustrações do Imarginal; já o compacto “Planar sobre o Invisível” (2016), ganhou o toque de Alexandre Palacio.
O trabalho mais recente da Kalouv, o compacto produzido no projeto Converse Rubber Tracks, traz nas concepções das músicas o videogame, fruto direto da união entre o visual e o sonoro. No clipe de “Peixe Voador”, o visual é explorado de maneira reflexiva e sincera, ganhando novas nuances por meio da coreografia de Micaio Lima.
“Sempre nos emocionamos muito quando víamos alguém dançando na plateia durante o show. Nossa música às vezes pode parecer um pouco introspectiva, mas percebemos também ao longo do tempo que essa introspecção pode fazer com que o ouvinte seja transportado para algum outro lugar de forma metafórica. O corpo consegue exprimir isso de forma muito sincera, e quando há um movimento como o da dança, sabemos que algo de transformador aconteceu ali”, analisa Túlio.
No som instrumental da Kalouv entram influências do post-rock ao shoegaze, com altas doses de rock progressivo. Atualmente em turnê, esse ano foi o mais movimentado da banda: foram duas tours passando por três regiões do país e apresentações no Festival de Inverno de Garanhus (PE) e no Prata da Casa, do Sesc Pompeia (SP). Ainda este ano eles embarcam em uma passagem pelo Nordeste, onde participarão do Festival DoSol (RN) e Big Bands (BA). Fazem parte do grupo os músicos Basílio Queiroz (baixo), Bruno Saraiva (teclado), Rennar Pires (bateria), Saulo Mesquita (guitarra) e Túlio Albuquerque (guitarra).
Conhecido pelos amantes da cena indie brasileira, o trio Alarmes divulga o clipe da música “Incerteza de Um Encontro Qualquer”, que faz parte do primeiro álbum “Em Branco”, lançado esse ano. Inspirado em desenhos e filmes modernos como “Apenas Um Show” e “O Âncora”, o vídeo traz a banda em um cenário escuro e sombrio, mas com uma pitada de humor e descontração. O videoclipe já está disponível no YouTube.
Quarta faixa do disco, “Incerteza de um Encontro Qualquer” manifesta a energia dos integrantes e aborda o conjunto de sensações dos encontros casuais e o sentimento que dois estranhos podem vivenciar. No videoclipe, a banda se envolve em um campeonato de Beer Pong, em um cenário obscuro, mas ao mesmo tempo, divertido. A direção é assinada por Lucas Furtado, baixista da Scalene, em seu primeiro trabalho audiovisual. Cadu Andrade e Gabriel Migão completam o time.
Parte da nova geração de bandas de Brasília, a Alarmes é um dos nomes que simbolizam mais um capítulo da história do rock no DF. Formada por Arthur Brenner (voz e guitarra), Lucas Reis (baixo) e Gabriel Pasqua (bateria), o trio tem agitado a cena com as músicas do disco “Em Branco”. Na produção independente, os rapazes incorporam às 12 faixas elementos do rock britânico atual, como os gêneros indie e stoner. Bandas como Arctic Monkeys, Royal Blood, Queens of The Stone Age e Interpol são as grandes referências.
No vídeo, a banda contou com a participação de integrantes de diversos músicos da prolífica cena brasiliense como a já citada Scalene, Dona Cislene, Almirante Shiva e Trampa.
O sucesso da Alarmes pode ser visto na bagagem musical, com apresentações ao lado de importantes nomes do rock nacional como Raimundos, Capital Inicial, Plebe Rude, Os Paralamas do Sucesso, Far From Alaska, Autoramas e Fresno.
O Capital Inicial liberou em seu canal do YouTube o vídeo acústico de "Me Encontra", uma das faixas do DVD "Capital Inicial Acústico NYC (Ao Vivo)", lançado há um ano.
A banda segue promovendo o disco e a faixa "Me Encontra" é o novo single trabalhado pelo grupo - a faixa foi para a programação das rádios FM de todo o País. O próximo show da banda acontece no dia 02 de dezembro, no Centro de Convivência em Padre Miguel, no Rio de Janeiro.