Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Música do Brasil

Música do Brasil

Promoção "Musa do Bebeto"

A “Musa do Bebeto” é a nova promoção que está rolando no site do rei do swing. Bebeto já compôs muita música boa, e ele não quer parar. Tivemos grandes sucessos como “Menina Carolina”, “Nega Olívia”, “Jessica” e “Monalisa”, todas musas do nosso rei. Agora ele está à procura de uma nova musa para inspirar suas canções.
Para participar é muito simples, é só a candidata se cadastrar no site oficial do Bebeto (www.bebetocantor.com.br), preencher o formulário com os dados dela, escolher aquela foto que faz todo mundo elogiá-la e responder à pergunta: "Por que você deve ser a nova musa do Bebeto?" A promoção vai ficar no ar de 22 de fevereiro até 12 de abril e a vencedora vai receber um cd autografado e ainda ganhar uma música dedicada à ela! Uma verdadeira honra ser a musa de uma música feita pelo rei do swing.

 

 

Enviado por Suéllem Nascimento

Está aberta a votação para o Prêmio Multishow

Internautas vão poder votar nos seus artistas preferidos no multishow.com.br

 

O site www.premiomultishow.com.br já está recebendo os votos dos internautas para a 18ª edição do Prêmio Multishow, que está marcada para o dia 06 de setembro. Nesta primeira fase, que se estende até o dia 22 de maio, a votação vai definir os artistas/músicas/bandas indicados para cada categoria: Melhor Álbum, Melhor Artista Sertanejo, Melhor Cantor, Melhor Instrumentista, Melhor Música, Revelação, Experimente, Melhor Show, Melhor DVD, Melhor Clipe, Melhor Cantora e Melhor Grupo. Nessa etapa, os internautas podem votar quantas vezes quiserem em seus artistas preferidos.

 

Enviado por Gabriela Murad

Estamos velhos, mas ainda não morremos

Como se sabe, a Velha Guarda da Portela é um grupo de músicos (compositores e cantores), com idade entre 60 a 80 anos, formado no subúrbio do Rio de Janeiro e que até hoje sobrevive através de suas canções que estão eternizadas em vozes de sambistas famosos, como: Zeca Pagodinho, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, entre outros.

 

Após passar um sufoco com o incêndio no barracão da escola de coração e perdido quase todas as fantasias, a VGP, além de se concentrar para o carnaval na Apoteose, reúnem forças para festa de 40 anos de "existência" do grupo.

 

A data para a contagem do aniversário foi a partir dos registros dos sambas por meio do disco “Portela Passado de Glória” , onde Paulinho da Viola foi o organizador da coletânea. O sambista tomou esta atitude pois ficou impressionado com o valor poético e harmônico das canções, e teve receio que as músicas fossem esquecidas com o decorrer do tempo, na época muitos dos compositores não sabiam nem ler, e nem escrever.

 

Durante todos esses anos, alguns compositores se foram, e outros chegaram, mas sem perder o estilo e a pura linhagem do samba, mesmo ficando de fora do mercado fonográfico e radiofônico. Hoje, o Grupo ainda é um dos pilares da cultura do samba e tem ao longo da sua história grandes nomes como: Manacéa, Monarco, Tia Doca, Tia Surica e outros bambas.

 

Dentre as canções mais famosas estão da VGP estão: Volta, Tudo menos Amor, Quantas lágrimas, Vai Vadiar, Coração em Desalinho e Tudo Azul

 

A história do Grupo já foi retratada em alguns livros e até no cinema, no documentário “O Mistério do Samba”, que foi dirigido por Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabor e teve a produção da cantora Marisa Monte, rendendo alguns prêmios no gênero.

 

Para comemorar este marco, a VGP realizará a partir de abril, 4 eventos (09/04, 14/05, 11/06 e 09/07), sempre aos sábados, à partir das 15h, na Gare da Estação Leopoldina, no Rio de Janeiro.

 

Cada evento será representado uma década de história,  e sempre um convidado significativo na trajetória do grupo se apresentará. Entre eles estão: Paulinho da Viola, Teresa Cristina, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Marisa Monte, e outros.

 

O jornalista Sergio Cabral será o mestre de cerimônia da festa, e irá apresentar o melhor destes baluartes do samba, e como diz o Hino da VGP: “Nosso teor não é humilhar ninguém...Nós só queremos mostrar o que a Velha Guarda tem”

 

Enviado por Ulysses de Paula

Passatempo/Promoção Aviões do Forró/AR Produções/Música do Brasil

Em parceria com a AR Produções, produtora dos concertos/shows dos Aviões do Forró em Portugal, tenho 13 CDs dos Aviões do Forró para oferecer.

É um CD promocional da banda com 26 músicas com o nome de "Esse é Diferente".

 

 

 

 

Para se habilitar a ganhar um CD dos Aviões do Forró basta enviar um e-mail para musicadobrasil@sapo.pt com os dados pessoais (Nome, Endereço e E-mail).

 

Lê atentamente o regulamento:

- O passatempo decorrerá até dia 10 de Março de 2011;

- Os vencedores serão os 13 primeiros participantes;

- Cada pessoa só pode participar uma única vez;

- Só serão aceites participações de residentes em PORTUGAL;

- Os nomes dos vencedores serão publicados logo após o término do passatempo;

- Após o envio dos CDs, o blog "Música do Brasil" não se responsabilizam pelo dano ou extravio dos mesmos.

"O samba cura tudo", diz Beth Carvalho, em seu retorno aos palcos

 

   

 

Com o instrumento que ganhou de Nelson Cavaquinho em 1972, ao gravar Folhas Secas, em punho, Beth Carvalho pede ao fotógrafo Fernando Souza de O Dia: "Não pega a cadeira de rodas, é meio deprê". A cantora tem sua razão. Afinal, o motivo de sua entrevista é seu feliz retorno aos palcos, marcado para sábado (19), no Sesc Rio Noites Cariocas, no Píer Mauá, após um ano e meio longe, devido a uma fissura do osso sacro na coluna. "O samba cura tudo. Teve muita roda aqui em casa", afirmou sobre o período afastada.  

 

"Estou tão animada que estou andando sem muletas. Aí, levanto as muletas e penso: 'Estou andando, reaprendendo a andar com 64 anos!'", comemora ela que, por isso, logo na abertura do show, vai cantar uma música dedicada a esse novo momento. "É de um compositor que nunca gravei", diz ela, que guarda a sete chaves o nome da canção. No repertório, além dos sucessos que os fãs estão saudosos de ouvir, a cantora preparou um pot-pourri de marchinhas e sambas-enredos para celebrar a proximidade do Carnaval.

"Estou louca para desfilar na Mangueira. Sou autora do enredo sobre o Nelson Cavaquinho junto com o Sérgio Cabral. Venho no carro de Cartola, tendo a estátua do homenageado sentada ao meu lado num botequim", revela.

Mas a separação forçada do palco não significou menos festa na vida de Beth Carvalho. "Meus parentes e amigos foram maravilhosos. O Natal e o Ano Novo vieram até mim", diverte-se ela, que também motivou todo tipo de oferendas. "Veio de tudo aqui em casa, do candomblé, umbanda, crente, candomblé cubano, padre, todo mundo veio rezar por mim", conta.

Quando as dores na coluna passaram, Beth enfrentou um novo desafio. "Você pensa que é fácil dirigir uma cadeira de rodas? Tem que ter carteira (risos). E nem a todo lugar eu posso ir, como o Samba Luzia (no Centro), que tem uma escadaria enorme. Banheiro então nem se fala. A maioria dos lugares não possui banheiro adaptado. Acham que cadeirante tem que ficar em casa, e olha que eu não sou, estou", desabafa.

Em casa, as novelas e a música eram a distração. Beth garimpou canções para o próximo CD, Brasileiríssima, e ouviu muito a cantora baiana Mariene de Castro. "Ela vai acontecer. É a melhor intérprete de Roque Ferreira (compositor)", aposta, no melhor estilo madrinha do samba. 

 

Fonte: Terra Música

Caetano: se Luan Santana não é MPB, então o que é MPB?

Caetano Veloso polemiza quando o assunto é música; opina quando é política, mas esquiva-se quando o tema fica muito cabeludo. Caetano vira bicho quando a ofensiva volta-se para a religião de seus filhos. É o que se pode resumir da entrevista exclusiva que o cantor e compositor concedeu ao Terra na noite da última sexta (18) no Rio de Janeiro. O encontro se deu por ocasião do lançamento do DVD Caetano Zii e Zie, gravado em parceria com a MTV no final do ano passado e que chega às lojas na próxima terça (22). O vídeo registra a turnê de divulgação do álbum Zii e Zie, lançado em 2009.

Na conversa, Caetano brincou quando o assunto era uma eventual disputa entre MPB e sertanejo universitário, personificado principalmente na figura de Luan Santana. "Eu não posso entender por que o Luan Santana não é MPB. Se isso não é música popular brasileira, o que é?", provoca ao criticar os "rotuladores" da imprensa. E ainda rejeita ter apadrinhado a nova geração da MPB. "Acho que muita gente não vai gostar desse apadrinhamento, então não quero atrapalhar."

O músico baiano fala bastante de política. Até o assunto ficar perigoso. Caetano elogia Dilma - apesar de criticar sua campanha - e vê com bons olhos a gestão de Ana de Hollanda no Ministério da Cultura: "saudei a chegada dela porque é uma pessoa bacana, de alto nível". Mas esquiva-se quando o assunto vira o receio que a ministra despertou em parte da classe artística. "Esse negócio de ajuda ou facilitação oficial para expressão artística é um assunto muito delicado."

Pai protetor, Caetano Veloso esbraveja - ao seu modo bem particular - quando seus filhos estão ameaçados. No encontro, relembrou as circunstâncias da entrevista que concedeu recentemente ao jornal Folha de S. Paulo em que disse que dois de seus filhos são evangélicos e frequentam a Igreja Universal do Bispo Edir Macedo. Ao saber da reação popular, que criticou a escolha, Caetano disparou: "ninguém tem nada que se meter na vida íntima, espiritual e religiosa dos meus filhos. Isso é burrice. É burrice."

Leia abaixo a entrevista exclusiva de Caetano Veloso na íntegra:~

 

Você pretende fazer uma turnê para divulgar o DVD?
Eu vou fazer possivelmente alguns shows, poucos. Mas turnê, de novo, não. Com esse show eu fiz uma turnê grande pelo Brasil inteiro, América Latina, Estados Unidos, Europa. Agora eu gravei o DVD. A gente pode fazer uma festa pra dizer que foi lançado, mas turnê não.

 

E esses eventuais shows serão parecidos com o do DVD?
É, serão basicamente aquele show.

 

O show de lançamento do Zii e Zie aconteceu no Credicard Hall em São Paulo, mas parecia ter sido montado para casas pequenas. Isso foi intencional?
Qualquer show é desenhado para uma casa menor que o Credicard Hall. A nossa banda é pequena. Eu me lembro desse show em São Paulo, e gostei dele. Mas o lugar é muito grande. Parece que (o público) está muito longe. Mas o show saiu bom.

 

Você transita entre o indie e o mainstream. Toca com a banda Do Amor e com Maria Gadú...
Cara, esse negócio de versatilidade começou desde antes do Tropicalismo. E, naquela época, virou uma espécie de ferramenta pra gente mexer com coisas diferentes. Eu não gosto de ser colocado num lugar certo da estante. Então eu vario. Mas o trabalho com dois músicos da banda Do Amor começou antes mesmo de ela existir. São dois músicos jovens que o (guitarrista) Pedro Sá - que também é jovem, mas menos que eles -, convidou para tocarem comigo o repertório do tal qual eu imaginava e como eu tinha mostrado a ele. Deu certo: Marcelo (Callado, baixista) e Ricardo (Dias Gomes, baterista) são espetaculares.

 

E com a Maria Gadú?
Já a Maria Gadú não foi um plano meu. Foi uma coisa totalmente acidental. A Globosat iria inaugurar uma sede nova e convidou a Maria Gadú e eu para fazermos um show pequeno. Cada um iria cantar cinco canções. Nós aceitamos, e eles perguntaram se nós não poderíamos cantar alguma coisa juntos. Eu já conhecia a Maria Gadú porque fui num show dela. Ela sabe as minhas músicas, sabe as letras, sabe tocar. Então foi fácil. Escolhemos duas ou três músicas pra cantarmos juntos. E as pessoas gostaram, e terminaram propondo fazer essa excursão que nós fizemos. Então foi assim: casual. Mas foi muito bom, porque ela é muito boa, toca muito, é boa de convivência. Não deu trabalho nenhum. Mas não é como o caso dos meninos da banda, que eu fui procurar porque queria fazer aquele tipo de música.

 

Como você encara o título de "padrinho" da nova geração?
Eu nem sabia que tinha esse título. (Risos). Mas eu fico contente. Eu gosto de ouvir o pessoal novo que toca. Vou ver aqui no Rio quando eles fazem show. Sejam do Rio, sejam de fora, sejam de São Paulo. Sempre que posso vou ver shows e ouço os discos, converso com os meus colegas. Mas não me sinto padrinho. Acho que muita gente não vai gostar desse apadrinhamento, então não quero atrapalhar.

 

Com o sertanejo universitário em alta, você vê a MPB em baixa? Ela precisa ser reavaliada?
Eu não consigo separar MPB de sertanejo universitário ou secundarista, porque MPB é música popular brasileira, eu não sei por que o sertanejo não estaria incluído aí. É um critério meio difícil de justificar. Eu entendo vagamente quando uma pessoa está conversando comigo, e diz: "eu achei muito MPB". Eu sei mais ou menos o que a pessoa quer dizer. Ou então: "ele é MPB. Não é rock, não é sertanejo, não é axé: é MPB". Mas isso não chega a configurar nem gênero, nem estilo. Acho que isso me desnorteia. Tudo bem que a imprensa diga que precisa usar rótulos para orientar os leitores, mas eu não posso me submeter a isso. Muitas vezes, esses rótulos mais desorientam do que orientam. Eu não posso entender por que o Luan Santana não é MPB, porque a Daniela Mercury não é MPB. Se isso não é música popular brasileira, então o que é música popular brasileira? Ainda diz assim: "é samba de raiz, não é MPB". Eu não entendo. O que a Mart'nália é? É samba, MPB, ou as duas coisas? Ou a MPB não será mesmo como diz a MPB FM: "tudo"? MPB é tudo. Embora a própria rádio não ponha em prática esse princípio.

 

Recentemente o cineasta Win Wenders mandou um e-mail pra você pedindo a música Leãozinho para um documentário sobre a coreógrafa Pina Bausch. Como foi isso? E como era seu contato com ela?
Eu tive contato com Pina diretamente aqui no Brasil. Eu fui apresentado a ela pela Monique Gardenberg quando teve uma apresentação em que ela estava envolvida. Houve um jantar na casa dela para a Pina e para o pessoal da companhia, e eu fui e a conheci Pina. Eu sou louco pelo trabalho dela. E comecei a falar com ela sobre o que eu tinha achado, com a maior cara de pau. Ela não gostava que se falasse teoricamente sobre o que ela estava fazendo. Eu sabia disso, falei mesmo assim. Mas ela gostou de mim. E ficamos amigos, ela chegou a me chamar para participar daqueles festivais que ela fazia em Wuppertal. E uma vez ela até conjugou a minha apresentação com o balé dela. Eu estava cantando Garota de Ipanema e ela usou o cenário do Masurca Fogo: as moças de biquíni sentam numa pedra, como se estivessem tomando sol. Elas refizeram toda aquela cena enquanto eu cantava. Então eu tinha contato com ela. Ela veio em minha casa. Uma vez ela veio para o meu aniversário. Era uma mulher muito querida e eu adorava os espetáculos dela. E ela botou o Leãozinho numa peça que chama-se Para as Crianças de Ontem, Hoje e Amanhã. E é uma cena muito linda a do Leãozinho. É um solo de um bailarino espetacular. E o Win Wenders estava pedindo as autorizções para as coisas que ele tem que usar para o filme da Pina e me mandou um e-mail, pedindo Leãozinho. E eu dei. Respondi dizendo que sim e ele me respondeu de novo dizendo que vinha a São Paulo para uma exposição dele de fotografia. Ele queria que eu fosse para a gente se encontrar. Eu disse que não podia, mas então ele quer que eu esteja presente se possível no lançamento do filme no Brasil. Eu estou louco pra isso porque o trailer é lindo. E saber que ele fez em 3D me animou dez vezes mais, porque se há uma coisa pra que o 3D no cinema foi inventado é um espetáculo da Pina Bausch.

 

Você foi bastante ativo no blog Obra em Progresso. Qual sua relação hoje com a internet?
Naquela época eu escrevia no blog porque estava fazendo o repertório do Zii e Zie e ainda nem tinha o título do disco. Era Obra em Progresso o nome do blog, e eu escrevia muito ali. Depois, quando ficou pronto o disco, eu parei com o blog e nunca mais escrevi. Eu gostava quando escrevia, mas não senti saudade quando acabou. Mas eu me correspondo por e-mail, olho o Google, vejo coisas no YouTube. Não faço muito mais do que isso. Não tem sites que eu visite sempre.

 

E com MP3?
MP3 não. Às vezes me mandam por e-mail um arquivo, eu abro e ouço. Mas não tenho uma grande relação. Eu ouço CD. Coloco no tocador e ouço...

 

Como você recebeu a eleição da presidente Dilma Rousseff?
Bem. Eu, não votei nela. Votei em Marina (Silva, do PV); e quando ficou ela (Dilma) e Serra eu não votei em nenhum dos dois. E fui contra o tom da campanha da Dilma liderada pelo ex-presidente Lula, que é um grande homem, uma grande figura histórica. Mas eu não gostava do tom da campanha, e também não gostei do tom da campanha do Serra, porque ele se atrapalhou muito, e o apoio que ele recebia da direita pela internet era brutal. Eu recebia por e-mail (mensagens que diziam) "veja como é, e tal...". Tinham umas coisas de extrema-direita que eram horrorosas. Tudo bem, não era ele que estava fazendo. Mas o apoio que ele recebia às vezes vinha num tom horroroso, inaceitável.

 

E a nomeção de Ana de Hollanda para o Ministério da Cultura?
Pois é, está bem. Saudei a chegada dela porque é uma pessoa bacana, de alto nível. Eu a conheço pouco, mas conheço. E gostei que tivesse sido ela a escolhida e acho que ela está se comportando muito bem, com dignidade. Como deveria.

 

Você então acha injustificado o medo que alguns setores da classe artística declararam ter da gestão dela, principalmente por acharem que possa atrapalhar o que já foi feito em relação a festivais...
Esse negócio de festivais eu não sei direito. E nem sei que festivais são esses, se ela pode atrapalhar ou não. Esse negócio de ajuda ou facilitação oficial para expressão artística é um assunto muito delicado. Você não pode nem dizer que a Embrafilme (estatal criada em 1969 para fomentar a indústria cinematográfica brasileira) era uma coisa certa e nem pode chegar e destruí-la. Tem que ir vendo, devagar. Também não pode haver muita mistificação de ficar muita gente encostada na facilitação que vem do Estado. Então eu não fico muito preocupado com essas questões. Eu confio que a ministra Ana venha a tomar as atitudes mais dignas dentro do quadro dado.

 

Sobre a entrevista que você concedeu à Folha de S. Paulo, em que falou que seus filhos freqüentam a Igreja Universal, você esperava uma reação tão negativa da opinião pública?
Eu não vi. E, se alguém protestou por alguma coisa, eu não sei o porquê. Na verdade, eu não declarei nada. Apenas o entrevistador me perguntou: "seus filhos são evangélicos, não é?", e eu disse: "olha, eu sou ateu, mas meus três filhos são religiosos. O Moreno tem uma religiosidade muito abrangente, sem uma religião específica, mas é muito religioso. E os outros dois são evangélicos." (Faz longa pausa). Porque ele tinha me perguntado, e eu então dei o panorama assim. Isso é natural, eles têm religião. Eles gostam, eles têm uma vida religiosa. Precisam, gostam disso, como a maioria dos seres humanos. O próprio entrevistador ficou problematizando a questão das igrejas evangélicas, da Universal em particular, e eu respondi de acordo com as perguntas que ele me fez, muito objetivamente. Ninguém tem nada que se meter na vida íntima, espiritual e religiosa dos meus filhos. Isso é burrice. É burrice.

 

Fonte: Terra Música

Fresno fala sobre projetos e sua carreira

Durante a primeira década do novo século, a banda Fresno foi uma das que mais se destacou.

De um começo em selos independentes, o time do qual faz parte o vocalista Lucas Silveira, cresceu, cresceu e acabou se tornando uma das maiores do país.

Com um som básico que mistura o hardcore das antigas com o romantismo, em estilo apelidado de emo por alguns, eles conquistaram milhares de fãs.

Os gaúchos há algum tempo radicados em São Paulo deram uma entrevista ao produtor e jurado de Ídolos Marco Camargo.

O papo foi a atração da mais recente edição do Entrevista Record Música.

 

 

Fonte: R7

Veja entrevista com a banda CPM 22

O grupo CPM 22 é considerado por alguns como o pioneiro do estilo roqueiro denominado de emo rock.

Eles apareceram na cena musical brasileira em 1995, mas se tornaram realmente conhecidos a partir de 2000, quando lançaram seu primeiro álbum.

Desde então, Badauí (vocal), Luciano (guitarra), Fernando Takara (baixo) e Japinha (bateria) entraram para o primeiro time do rock brazuca.

Eles participaram do programa Entrevista Record Música, comandado pelo produtor musical e jurado de Ídolos Marco Camargo.

 

Veja a entrevista na íntegra:

 

 

Fonte: R7

Dominguinhos: do preconceito da bossa ao reconhecimento da MPB

  

 

Quando o sertanejo pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989) conquistou o Brasil com “Asa Branca”, em 1947, um menino de seis anos, seu conterrâneo, começou a tocar sanfona na cidade em que nasceu, Garanhuns. Dois anos mais tarde, o pequeno José Domingos de Moraes se apresentou para o futuro “rei do baião” em pessoa - já era músico de rua, tocando pandeiro, e não sanfona.

Aos 13 anos, o menino migrou para Niterói com a família, numa viagem de pau-de-arara que durou 11 dias. Seu pai, mestre Chicão, era conhecido tocador e afinador de foles de oito baixos, e procurou Gonzagão logo na chegada ao Rio. O cantor de “Baião”, “Assum Preto” e “Paraíba” passou logo a apadrinhar o pequeno José, que foi apelidado primeiro de Neném do Acordeon e, mais tarde, de Dominguinhos. A proximidade durou enquanto Luiz Gonzaga viveu, e o parentesco musical se mantém até este ano de aniversário de 70 anos do menino Dominguinhos, completados no último dia 12.

Adoentado após um princípio de infarto e um cateterismo, o aniversariante faltou à própria festa, que aconteceria no dia 13, na casa paulistana de forró Canto da Ema. Convidados especiais de várias gerações, como Elba Ramalho, Oswaldinho do Acordeon, Mariana Aydar e Duani, tiveram de homenagear o aniversariante em sua ausência.

Dois dias antes, Dominguinhos havia falado ao iG por telefone, demonstrando entusiasmo com o aniversário, a festa, as histórias fabulosas do passado, o momento de revalorização da sanfona pelas mãos de músicos jovens, como o pop-roqueiro-emepebista Marcelo Jeneci, e de cineastas, como Sergio Roizenblit, diretor do documentário “O Milagre de Santa Luzia”, recém-editado em DVD.

Falou sobre momentos de baixa e de alta, como a fase de “pau no sanfoneiro” iniciada pela bossa nova e a temporada de intenso sucesso pop resultante das gravações de suas “Eu Só Quero um Xodó” (1973), “Tenho Sede” e “Lamento Sertanejo” (1975) pelo tropicalista baiano Gilberto Gil. Comentou, também, sua nem sempre percebida onipresença na música brasileira pós-anos 70, como músico de estúdio num arco amplo e democrático que vai de Luiz Gonzaga a Gilberto Gil, passando por Gal Costa, Raul Seixas, Odair José, Chico Buarque, Roberto Carlos e duplas caipiras.

iG: Como era a sua relação com Luiz Gonzaga?
Dominguinhos: Conheci Gonzaga até sem saber quem era. Eu tinha oito anos, não sabia quem era artista nenhum. Eu e meus irmãos tocávamos na porta do hotel em que ele ficou. Eu tocava pandeiro. Botaram a gente pra tocar lá pro homem. Ele nos deu o endereço dele no Rio, nos deu dinheiro. Passados alguns anos, meu pai um dia se cansou de Garanhuns, pegamos um caminhão pau-de-arara, 11 dias de viagem, e fomos bater em Nilópolis (RJ). Aí eu tinha 13 anos. Ficamos em Nilópolis a vida toda, ali casei e tive família. Gonzaga deu uma sanfona para meu pai na mesma hora em que chegamos. Pronto, ficou nosso amigo e me protegendo.

iG: Vocês eram músicos de rua?
Dominguinhos: É, pra ajudar. A gente tocava nas feiras, nesse hotel, em botequins. Aí apareceu uma senhora, Almerinda, dona de uma escola em Olinda, e perguntou se a gente queria estudar. “A senhora fala com o pai.” Levamos ela pra conhecer pai, pai deixou a gente estudar. Ficamos entre três e quatro anos internos nesse colégio dela. Quando nós voltamos, meu pai levantou a ideia de ir pro Rio de Janeiro. Em Olinda, o dono da Rádio Clube de Pernambuco nos deu de presente um acordeon de 48 baixos. E aí a senhora Almerinda, além de dar os estudos, tornou-se nossa empresária, vendendo apresentações pras festinhas de menino mais rico. Levantava um cachê lá, nunca mandou nada para meu pai, nem nunca nos ajudou - só com uma roupinha, pra gente tocar bonitinho.

iG: Seu pai era fã de Luiz Gonzaga?
Dominguinhos: Acredito que sim, apesar de nós termos grande dificuldade de ouvir Luiz Gonzaga naquela época. Só quem tinha rádio, né?

iG: Não se ouvia nas ruas, nas praças?
Dominguinhos: Não, eu não prestava nem atenção, só tinha oito anos. Tinha que ter um rádio, e era muito difícil pra meu pai ter um rádio bom, não tinha rádio de pilha (ri). O pessoal que tinha rádio escutava Carlos Galhardo, Vicente Celestino, Dalva de Oliveira, Orlando Silva. Gonzaga teve a maior luta pra deixarem ele cantar. Na Rádio Nacional ninguém queria que ele cantasse, era apenas sanfoneiro acompanhador. Depois é que abriu caminho, e aí foram Jackson do Pandeiro, Genival Lacerda, foi chegando todo mundo.

iG: A rejeição era por preconceito?
Dominguinhos: Foi o que mais ele enfrentou.

iG: Você enfrentou também?
Dominguinhos: Enfrentei ainda um pouco, aqui em São Paulo mesmo. E olha que de 1964 pra cá eu gravei muito disco, já tinha até um nomezinho com Anastácia, minha parceira. Jorge Paulo era um paulista que levava ao programa dele Coronel Ludugero, Anastácia, eu, Ari Lobo, todo mundo da música nordestina que vinha a São Paulo. Ele era o Bandeirante do Norte - naquela época não chamava Nordeste, chamava Norte. O Norte nunca deu nada assim em relação à música nordestina, lá gostam mais é de brega, merengue, música caribenha, reggae. Mas Jorge vendeu um showzinho pro Garitão, uma casa ali perto da avenida São João, que tinha vários conjuntos tocando música americana, bossa nova, o que pintasse. Quando Jorge anunciou a música nordestina, ou a música do Norte, e me chamou, ah, choveu assovio, mal-estar, aviãozinho.

iG: É muito ruim receber vaia?
Dominguinhos: (Ri) Mas eu não liguei, não. Comecei a tocar “Lamento Sertanejo”, sozinho. Comecei a improvisar, e foram se acalmando, deixaram a gente trabalhar em paz. Mas eu passei alguns pedaços aqui.

iG: A bossa nova não gostava de sanfona. Tinha a ver com isso?
Dominguinhos: Não, acho que não. Eu ia lá tocar baiãozinho, né? Naquela época a gente só falava em baião, não falava em forró. Depois é que Gonzaga mudou a batida do zabumba, deixou mais suingado, aí veio essa palavra forró, que já falavam havia muitos anos, no “Forró de Mané Vito”, (canta) “seu delegado, digo a vossa senhoria que sou fio de uma famia que não gosta de fuá/ mas tresontonte no forró de Mané Vito...”, e em outras músicas mais.

iG: João Donato tocava sanfona, mas a bossa nova baniu o instrumento.
Dominguinhos: Wagner Tiso também tocava, Gilson Peranzzetta toca até hoje, e bem. A gente amargava essas coisas nos anos 60. O violão tomou conta, o órgão saiu da igreja. E aí, pau no sanfoneiro. Todos passaram pro piano, até Caçulinha passou - mas ele manteve o regional, acompanhando Elis Regina, Elizeth Cardoso, na TV Record. Com essas desavenças todas, a coisa ficou feia. Falei: “Não vou passar pro piano, porque não vou tocar direito”. Meu irmão passou bem ligeirinho. O Teatro João Caetano, no Rio, era o ponto dos músicos, a gente ia lá toda terça-feira pra arranjar baile. Meu apelido era Neném, “ô, Neném, tem baile sábado?”. “Não.” “Então tá contratado.” Era uma feira mesmo, minha vida era ali, fazendo baile, tocando com Luiz Gonzaga, vendo ele tocar mais do que tocando. Ele gostava de mim e já me apresentou como seu herdeiro musical.

iG: Até para ele as coisas ficaram difíceis nessa época, não?
Dominguinhos: Ah, ele ameaçou parar várias vezes. João do Vale fez música pra ele cantar, falando “pra onde tu vai, baião?”. Depois, no outro dia, ele já mudava de opinião.

 

 


iG: Por outro lado, nos anos 70 o pessoal da tropicália resgatou Gonzaga e a sanfona. Você também tocou com eles todos.
Dominguinhos: Ah, foi. Toquei no show “Gonzaga Volta pra Curtir”, dirigido pelo Jorge Salomão, irmão do Waly. Gilberto Gil tinha voltado daquela rebordosa, com Chico Buarque, Caetano Veloso, e esse pessoal ia assistir todo dia. Gal Costa não saía de lá. Eu já conhecia eles todos, e aí a gente incrementou mais a amizade. Gil tinha sido sanfoneiro também, tinha tudo a ver. Aí, pronto, a gente foi representar o Brasil em Cannes, e na volta o Guilherme Araújo, que era empresário dos baianos todos, me chamou pra fazer o show “Índia”, da Gal. Foi disco e show, andamos este Brasil todo, e aí a sanfona falou alto. Ela tirou logo o tecladista! Depois, quando pedi pra sair, botou o João Donato no meu lugar.

iG: Como começou a sua parceria com Anastácia?
Dominguinhos: Começou numa viagem com Gonzaga, quando a gente fez uma excursão pelo Nordeste. Eu era o motorista da Kombi. Fui dirigindo, Gonzaga foi de avião. Eu nunca tinha feito música com letra, só fazia instrumental e guardava pra mim mesmo. Anastácia estava no outro quarto e eu estava tocando uma melodia. Ela foi botando a letra, chamou “Mundo de Amor”. Fiquei muito contente com aquele acontecimento, e ela passou pra Marinês, que foi a primeira a gravar. Veio Gil com o “Só Quero um Xodó” e abriu muito mais ainda os caminhos. As pessoas começaram a me conhecer como compositor. Até então eu era um músico, tocava na noite, nas rádios, era mais conhecido que farinha ruim, mas só como Neném do Acordeon.

iG: Você e Anastácia eram um casal?
Dominguinhos: É, teve um lance aí. Ficamos um bocado de tempo tendo um caso, mas eu era casado lá no Rio, tinha dois filhos, era um negócio sem futuro. Mas a gente vivia bem, não tinha arengação. Teve depois, mas antes não (ri). Foi Anastácia quem me botou mesmo como compositor, botando letra, me encaminhando. Foi lindo. Ela fez tudo o que tinha pra fazer nas músicas que eu tinha deixado, não deixou uma em branco. São 210. Hoje em dia a gente é amigo, participa das coisas um do outro.

iG: Mais no final dos anos 70 fizeram sucesso novos artistas como Elba Ramalho, Zé Ramalho, Alceu Valença, Fagner , que revalorizaram mais uma vez a música nordestina.
Dominguinhos: É, Fagner foi o primeiro. Ele me chamou pra tocar em “Súplica Cearense”, já em 1972.

iG: Antes de Gil e Gal?
Dominguinhos: Isso, isso. Gravou “Súplica Cearense” na Philips, que era ali na avenida Rio Branco, onde a gente tinha um ponto de músicos também. Vivíamos juntos eu, Agnaldo Timóteo, Raul Seixas. Era uma miscelânea.

iG: Todo mundo se dando bem?
Dominguinhos: Então! Raul era brincalhão, uma beleza.

iG: Ele era roqueiro, mas também gostava de uma sanfona.
Dominguinhos: Gostava! Eu mesmo toquei no disco dele, um negócio lá de uma toada. Ele falava e cantava muito em inglês, mas o calcanhar de Aquiles dele era esse escritor famoso, Paulo Coelho era o coelho do Raul. Era nas letras dele que Raul trabalhava. Conheci muito ele, tenho maior vontade de encontrar.

iG: Por quê?
Dominguinhos: Pra gente relembrar os discos. Ele era uma figura presente demais ali. O diretor musical era Roberto Menescal, e todo mundo gostava de ficar por ali, Chico Buarque, todo mundo aparecia nem que fosse pra prassear.

iG: Essas relações mostram que você era um discípulo de Luiz Gonzaga que soube transitar por vários lugares da música brasileira?
Dominguinhos: Pois é, eu era músico de estúdio também. Gravava com todo mundo. Quando Djavan chegou no Rio, já gravei com ele. Da colônia nordestina, não escapou um. Eu fazia todo o trabalho musical, produção e acompanhamento, junto com o regional de Canhoto. Jackson Pandeiro tocava reco-reco nas gravações. Marinês tocava triângulo. Coronel, do Trio Nordestino, tocava zabumba. E a gente fazia aquela mistureba com o regional do Canhoto. Abdias, que era o marido de Marinês, sanfoneiro de oito baixos, foi o produtor de uns 20 discos da CBS.

iG: Você tocava em discos que não eram da “colônia nordestina”?
Dominguinhos: Ah, tocava. Quando tinha uma sanfona, em qualquer disco, os produtores geralmente me chamavam. Lembro de Djavan, Raul Seixas, e outros amigos lá que não tinham nada a ver. A gente gravava muito, às vezes não sabia nem que era o artista.

iG: Raul, Djavan, Gal e Gil são nordestinos, não deixam de ser da colônia...
Dominguinhos: Todo mundo, rapaz, Belchior. Sidney Magal também, conhecia ele da Philips. Ele era quem sustentava a venda de discos pra pagar os de Caetano, Gil, todo mundo, porque esses não vendiam nada. Elementos assim como Sidney Magal, populares, eram quem estourava, e aí sustentavam os outros (ri).

iG: Com Roberto Carlos você só foi tocar recentemente?
Dominguinhos: Mas eu conhecia ele desde os anos 1960. Eu tocava na Boate Plaza, ele ia sempre lá, queria cantar, não deixavam. Quando Claudette Soares ia cantar deixavam ele ir junto, aí não podiam dizer nada. Depois foi contratado pela Boate Plaza, teve carteira assinada e tudo. Conheci Roberto naquele tempo, e ele depois viveu muito em São Paulo com aquela jovem guarda...

iG: Que foi quando o órgão saiu da igreja, como você disse?
Dominguinhos: Exatamente. Depois, com esse evento do chamamento do Gil e da Gal, as coisas foram mudando, mudando, mudando. Sivuca passou 18 anos nos Estados Unidos, tocava violão e sanfona com (a cantora africana) Miriam Makeba. Um dia Chiquinho do Acordeon falou com ele por telefone: “Venha-se embora, rapaz, aqui o acordeon voltou. Tem um garoto aqui chamado Neném que tá tocando barbaridade”. Eu era amigo deles todos, tinha em mente várias tendências. Na boate era música americana rolando de tudo quanto era jeito, eu levava minha sanfona e dava canja até o dia amanhecer. Ninguém ganhava um puto, mas aprendia pra danar. Cauby Peixoto, Wilson Simonal, todo mundo dando canja de graça.

iG: A sanfona está sendo redescoberta? Hoje há jovens como Marcelo Jeneci fazendo música pop com sanfona.
Dominguinhos: Muito, muito, estão surgindo aí muitos valores. Jeneci é filho de um amigo meu. Começou tocando teclado, mas depois passou a tocar as duas coisas. O pai dele faz eletrificação de sanfonas, é o melhor cara pra fazer som de sanfona, Manoel Jeneci. Marcelo é um bem novatinho, mas nós temos aí Toninho Ferragutti, Waldonys, que é meu afilhado, Adelson Viana. Tem uma garotada toda que está surgindo tocando sanfona pra caramba, muita gente boa. Nunca se vendeu tanta sanfona, e é um instrumento caro, qualquer instrumento meia-boca é R$ 12 mil. É um instrumento que no mundo todo tem muito valor, tem grandes instrumentistas italianos, japoneses, chineses, americanos, canadenses. E o italiano é quem faz a melhor sanfona no mundo.

iG: No Brasil, um pais que deve muito à sanfona, ela é menos valorizada do que merecia?
Dominguinhos: Acho que é, bastante. Mas estão descobrindo no Brasil também. Tem um detalhe: lá em Campina Grande (PB) tem uma fábrica pequena de acordeon, do Amazan, um cantor popular que faz repente tocando sanfona. Ele me trouxe uma sanfona de presente, feita na fábrica dele. Teve também dois italianos. Ganhei três instrumentos de uma hora pra outra.

iG: Quantos você tinha?
Dominguinhos: Já tinha um. Não, tinha dois. Agora tenho cinco acordeons. A minha mesmo é a Juliette, mas ela tem 13 quilos, e estou evitando peso. A do italiano tem 10,4 quilos.

iG: Os mais jovens estão reconhecendo mais a música caipira?
Dominguinhos: A Globo levou muito tempo pra botar os caipiras. Hoje pode ser mais caipira, pode ser mais country, mas Zezé di Camargo & Luciano, Chitão & Xororó e, muito antes, Tonico & Tinoco já andavam por aí e ninguém deixava eles entrarem na televisão. De uns anos pra cá, começaram a botar todos, que não são mais caipiras, são cantores românticos, Daniel...

 
iG: Talvez tenham sofrido até mais preconceito que Luiz Gonzaga?
Dominguinhos: Ah, mais do que Gonzaga, não, porque Gonzaga queria implantar um sistema que ninguém conhecia. E ele era preto, de chapéu de couro. Paramentava todos os acompanhantes dele, um era um anãozinho que botava um punhal de um lado e uma cartucheira do outro, o pessoal ficava com medo. Mas não usava revólver nem nada assim de bala. Alguns usavam, mas ele não. Botava um chapéu de cangaceiro, um lenço no pescoço. Tinha hora que os acompanhantes usavam fraque, e ele lá de chapéu de couro. Ele tentou de várias formas mostrar que cantava também, mas o pai do Edu Lobo, que era diretor da Rádio Nacional, colocou lá um dizer: “Gonzaga é só acompanhante, não pode cantar”. E ele era nordestino também, o Fernando Lobo, mas pegou no pé do Gonzaga direitinho.


iG: Você manteve um chapeuzinho, que não chega a ser de cangaceiro, mas faz referência.
Dominguinhos: É, o meu é menorzinho, né? Mas eu usei o grande também. Tenho um grande, feito pela mesma pessoa que fazia os gibões de Gonzaga.

 

Fonte: Último Segundo

Ney Matogrosso resgata canções clássicas em novo show

 

  

Quando Ney Matogrosso assistiu ao seu mais novo DVD, “Beijo Bandido”, achou que estava ocupando espaço menor do que poderia. “Estava muito contido”, afirma. Pudera, o espetáculo foi gravado no palco do imponente Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A constatação, segundo o cantor, o fez modificar o espetáculo já veterano, e a tomada mais ampla do espaço é uma de suas promessas para a nova temporada de “Beijo Bandido”, nesta sexta (dia 18), sábado (dia 19) e domingo (dia 20), em São Paulo.

Talvez fosse simples, se estivesse caracterizado com as fantasias exuberantes que o definiram desde os tempos do grupo Secos & Molhados (1973-1974). Mas “Beijo Bandido” é, como ele próprio define na introdução do DVD, um espetáculo com foco na palavra. Ney canta de terno e gravata - o forro do paletó é vermelho, sangrento, mas ainda assim o traje impõe alguma contenção a quem, no palco, nunca foi contido.

Não seria o contraste com o monumental Theatro Municipal que passa a impressão de pequenez a um performer que nunca foi pequeno? Ney observa que essa foi a primeira vez em que fez um show completo num teatro com essas características. “É um teatro lindo, especial, o templo da música clássica. Antigamente era proibido para música popular, não deixavam mesmo”, afirma, recém-chegado a São Paulo numa tarde de chuva. Mesmo assim, ele diz em entrevista ao iG, não se reconhece intimidado: “É só a mística mesmo. O show eu faço igual a qualquer outro”. Nem a disposição do público ao redor, em vários níveis de plateia, o intimida? “Não, eu gosto de ver gente, de perto. Ali até tinha essa formalidade, há um distanciamento formal da plateia.”


Seja qual for o espaço de apresentação, Ney conta que obedece a certos ritos antes de mergulhar nos holofotes. “No camarim, quando estou psicologicamente pronto, preciso ficar sozinho. E gosto também de ir para o palco, atrás da cortina, antes de os músicos entrarem, e olhar a plateia. É um momento apenas entre eu e eles, só nós, embora não saibam que estou ali. Verifico o astral, ouço, e ouvindo já sei o tipo de barulho, se o público está silencioso.”

Mesmo após quase 40 anos de traquejo profissional, afirma que o momento ainda envolve a sensação de nervosismo. “Ali atrás tenho uma toalhinha nas mãos. Antes de entrar, é especificamente nas mãos que fico suado. Não tenho taquicardia, não tremo, mas preciso da toalhinha branca para secar as mãos. E vamos embora, que vai começar o jogo!” O suor nas mãos acaba quando o jogo começa? “Suam mais ainda, mas aí é tarde”, ri.

O ritual, exposto em parte nas cenas de maquiagem e preparo da introdução do DVD, faz lembrar a música “Bastidores”, de Chico Buarque, que imortalizou Cauby Peixoto e até hoje não foi enfrentada por Ney. “Já pensei em cantar, mas nunca canto. Acho muito over de mim, o personagem que diz ‘me pintei’, ‘as pessoas se rasgaram’, não sei se tenho coragem. Não sei se combina comigo essa hiperconsciência de si.”


Lembra que “Fascinação”, incluída no disco e show de “Beijo Bandido”, existia para ele originalmente na voz de Francisco Alves, mas admite que a interpretação de Elis Regina, em 1976, o fez hesitar até ter coragem de resgatá-la. “Demorei muito para cantar, porque tudo o que Elis canta fica eternizado. Antes, só tinha cantado dela 'As Aparências Enganam', em morria de medo de cantar aquilo.” Por quê? “Medo da comparação. Elis Regina é Elis Regina, não tem outra.”

Momento marcante desse repertório é sua releitura de “À Distancia...” (1972), sucesso tristonho do início da fase mais romântica de Roberto Carlos. “Adoro! As pessoas choram, eu vejo do palco. Fico muito impressionado. Roberto faz parte da vida amorosa do brasileiro, eu canto aquilo e vejo as pessoas chorando.”

Ney não refuta a lenda de que Roberto, à época em que cantava “À Distancia”, andava incomodado pelo sucesso dos Secos & Molhados. “Houve um encontro na TV Globo, ele não se comunicou com a gente. Manteve distância, e eu respeitei.” Mas foi quebrada, depois, a distancia do cantor de “À Distancia...”? “Depois assisti a shows dele, nos encontramos, nos abraçamos, ele me deu um abraço delicioso, com energia boa.” Diz que decidiu cantar “À Distancia” no dia em que a ouviu no filme “Violência e Paixão” (1974), do italiano Luchino Visconti. Esperou 36 anos, até encontrar em “Beijo Bandido” o “repertório coerente” para encaixá-la.

Um outro nó desatado no show devotado à palavra é o da sombria “As Ilhas” (1975), composta para ele pelo bandeonista argentino Astor Piazzolla. Ney a gravou em seu primeiro disco-solo, recém-saído da aventura épica (e andrógina) dos Secos & Molhados. Mas até aqui nunca a havia cantado ao vivo. “Eu precisava cantar. Acho que está mais segura agora. Mas também, imagina a circunstância em que foi gravada. Fui ao camarim do show do Piazzolla no Rio, disse: ‘Sou um cantor novo no Brasil, queria gravar uma música sua’.”

Para sua surpresa, Piazzolla o reconheceu como o cantor “daquele grupo”, o Secos & Molhados, topou a empreitada e o convidou para gravarem juntos, na Itália. “Fui à gravadora e falei: ‘Vou de qualquer jeito, mesmo se vocês não pagarem’”. A gravadora, Continental, pagou a viagem, mas só lançou “As Ilhas” num compacto, vendido acoplado a “Água do Céu - Pássaro” (1975), o disco-solo de estreia. Gravaram duas versões, uma sobre poema de Jorge Luis Borges e batizada “1964 (II)” e “As Ilhas”, com letra do brasileiro Geraldo Carneiro, já então parceiro de Piazzolla. “Encontrei ele em Roma, me mostrou o arranjo, fiquei assustado. Entrei no estúdio e já tive que cantar aquelas duas músicas dificílimas. Acho a gravação original muito tímida. Queria fazer outra coisa, mais segura.”



 

 

 

“Vi um cachorro sem dono/ à porta de um cemitério/ vi a nudez nos espelhos/ cristais na noite velada”, geme a letra de “As Ilhas”. A quase-nudez do figurino sóbrio e da formação musical econômica somam-se aos versos tensos, exigentes, de grande parte do repertório de “Beijo Bandido” (outro exemplo é “Invento”, do gaúcho Vitor Ramil, de onde saiu a expressao que batiza o projeto). E somam-se, por consequência, às exigências a que a voz do cantor tem de se submeter.

 

“Esse repertório é muito difícil, sarna que eu mesmo procurei para me confessar. Confesso que quando comecei os shows achei que tinha me excedido, ‘não sei se vou aguentar’”, revela. “Houve um tempo de adaptação, cantar não é só abrir a boca e fazer tudo igual. No começo apanhei muito, acabava rouco, não conseguia atingir algumas notas no final do show.” Câmeras de TV, discos e artigos na imprensa não parecem dar conta da história completa de um espetáculo, que parece amadurecer da mesma maneira como o intérprete amadurece ao longo de uma carreira de 40 anos.

Esteja rouco ou não no final do espetáculo, Ney conclui “Beijo Bandido” resgatando “Fala” (1973), do disco inaugural do Secos & Molhados. “Acho interessante encerrar devolvendo a palavra à plateia, depois de falar”, filosofa. “Eu não sei dizer nada por dizer/ então eu escuto/ se você disser tudo que quiser/ então eu escuto/ fala!/ se eu não entender não vou responder/ então eu escuto/ eu só vou falar na hora de falar/ então eu escuto/ fala!”, clama a canção, composta por João Ricardo e Luhli.

 

Fonte: Último Segundo

Marcelo Camelo lança disco no final de março

 

 

O segundo álbum solo de Marcelo Camelo já tem data para sair: final de março. O anúncio foi feito nesta quinta-feira pela Universal Music, gravadora com quem o cantor assinou. Em sua carreira solo, Camelo já tem um disco ("Sou", de 2008) e um DVD ao vivo ("MTV ao Vivo", de 2010).

A produção do disco, que ainda não teve seu nome divulgado, é do próprio Camelo. A gravação durou cerca de um ano, a mixagem ficou a cargo de Victor Rice e a masterização aconteceu no estúdio El Rocha, em São Paulo.

"É um álbum mais extrovertido, pulsante, com uma música que vai em direção ao próximo", explica Camelo em comunicado distribuído à imprensa. A turnê do novo disco terá início em abril e vai começar por Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

 

Fonte: Último Segundo

Ivete Sangalo em Portugal

 
 
Ivete Sangalo regressa a Portugal em Maio para concertos em Lisboa, Porto e Coimbra.

Os espectáculo acontecem no dia 18 de Maio no Pavilhão Atlântico (Lisboa), no dia 20 no Parque da Cidade (Porto) e no dia 21 na Praça da Canção (Coimbra).

Depois de passagens consecutivas pelo Rock In Rio, Sangalo faz três concertos em nome próprio no nosso país para mostrar o espectáculo que esgotou o ano passado o Madison Square Garden, em Nova Iorque.

Os bilhetes para a capital custam entre 30 e 35 euros. Para o Porto, as entradas custam 27 euros. Para Coimbra, os ingressos têm o preço único de 25 euros.
 
Fonte: Cotonete

Ivete Sangalo transmite show ao vivo pela internet neste sábado

 

 

O YouTube irá transmitir ao vivo no próximo sábado (19) o novo show de Ivete Sangalo. A apresentação será realizada a partir das 18h30 na Praia do Forte, na Bahia.

A apresentação é uma prévia do Carnaval e trará Ivete em cima do trio elétrico.

O show será transmitido em alta definição no canal especial de Carnaval do site.

Ivete Sangalo se apresentou no Festival de Verão de Salvador no último dia 3 e anunciou que dará início à sua nova turnê oficialmente no dia 29 de março, após o Carnaval. A turnê será baseada no show feito pela cantora no Madison Square Garden, em Nova York, em 2010.

Fonte: Folha Online

Dudu Nobre lança novo CD

  

O sambista Dudu Nobre está com álbum novo nas lojas. “O Samba Aqui Já Esquentou”, que chega ao mercado via Universal Music, é o nome do oitavo CD na discografia do músico e traz entre as canções “Quer Saber da Minha Vida? Vai na Macumba”, faixa incluída na trilha sonora da novela “Insensato Coraçaõ”, da Rede Globo.

“O Samba Aqui Já Esquentou” é o primeiro disco de estúdio com material inédito desde “Festa em Meu Coração”, lançado em 2005. Além de composições inéditas, o sambista regravou nesse álbum “Pra que Vou Recordar o que Chorei?”, de Carlos Dafé, e “Cordas de Aço”, de Cartola.

O álbum foi produzido pelo próprio cantor em parceria com Rildo Hora. Abaixo o repertório:


01. O Samba Aqui Já Esquentou
02. Que Gostoso
03. Amor Eu Tenho Pra Te Dar
04. Cem Por Cento Você
05. Pra Que Vou Recordar O Que Chorei
06. É Ela
07. Quer Saber da Minha Vida, Vai na Macumba
08. Não Demora pra Abalar
09. Coisa de Amante
10. Cordas de Aço
11. Senhor me Proteja Por Favor

 

Fonte: Território da Música

Daniela Mercury grava com César Menotti & Fabiano

 

 

 

A cantora Daniela Mercury é a convidada de César Menotti & Fabiano na regravação da música “A Camisa e o Botão” que a dupla vai incluir no próximo álbum de estúdio.

Entre o axé de Daniela e o sertanejo pop da dupla, os artistas criaram uma versão com levada Reggae, assim como a gravação original, feita pelo cantor Bruno Masi no disco “Trilhos Fortes”, de 2005, que também contou com a participação de Daniela Mercury. A mesma música foi regravada pelo Babado Novo em 2007.A composição de “A Camisa e o Botão” é de autoria de Jauperi e Tenilson Del Rey.

A nova versão de “A Camisa e o Botão” já circula em sites de compartilhamento. E ainda falando em César Menotti & Fabiano, a dupla lançou nesta semana uma nova música de trabalho chamada “Ficar Sem Você é Ruim que Dói”.

 

Fonte: Território da Música

Adriana Calcanhotto grava disco de samba

 

 

 

Incentivada pela boa receptividade de seus sambas Vai Saber e Beijo Sem, gravados por Marisa Monte e Teresa Cristina, Adriana Calcanhotto fez um disco de samba.

 

 

Nas lojas entre março e abril, O Micróbio do Samba foi gravado com um trio-base de músicos formado por Alberto Continentino (baixo), Domenico Lancelotti (bateria e percussão) e Davi Moraes (violão).

 

Fonte: Terra Música

Música "Faroeste Caboclo", do Legião Urbana, vai virar filme

 

 

"Faroeste Caboclo", a música de nove minutos da banda Legião Urbana, vai virar um filme.

O longa-metragem, que leva o nome da canção, será dirigido por René Sampaio e produzido através de uma parceria entre a Gávea Filmes e a Globo Filmes. Os atores Fabrício Boliveira, Felipe Abib e Ísis Valverde interpretarão, respectivamente, João de Santo Cristo, Jeremias e Maria Lúcia.

Os interessados em participar da produção podem concorrer à uma das vagas no elenco. O site oficial do filme está com uma promoção que irá levar um aspirante a ator para participar de um dia de filmagem.

 

Fonte: CifraClub

Pág. 1/2