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Música do Brasil

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César e Moska em Famalicão: O valor terâpeutico de uma canção

Há encontros felizes. Que o digam Chico César, o conceituado compositor e cantor brasileiro e o seu conterrâneo Paulinho Moska. Conhecidos um do outro há cerca de 15 anos, os músicos resolveram concentrar a admiração e respeito mútuos num projecto que os unisse em palco. A parceria trouxe-os até à Casa das Artes de Famalicão onde se apresentaram antes de rumarem a Lisboa e Alcobaça.

Conhecidos do público como compositores e letristas de estirpe, Chico César e Paulinho Moska formaram uma dupla interessada no poder da escrita para canções e nas implicações das mesmas nos nossos sentidos. Daí que, a experiência de os ver interpretar temas celebrizados ora por um, ora por outro, mais um punhados de canções da autoria de outras figuras importantes, é uma iniciativa que faz todo o sentido. E foi isso que se assistiu em Famalicão, à oferta para degustação de alguma da melhor escrita de canções de que o Brasil possui.

O pontapé de saída dá-se com a interpretação a capella e a duas vozes de «Beradêro» de Chico César. Já de guitarras ao colo, haveria ainda cerca de duas dezenas de composições a percorrer. Entre elas, a provocadora «Mulher Eu Sei», com a sua famosa passagem «Eu sei como pisar o coração de uma mulher / Já fui mulher eu sei» seria conotada por Chico César como uma canção poderosa, com vocação terapêutica. Por entre o alinhamento, haveria tempo ainda para que, à vez, os dois músicos interpretassem sozinhos em palco dois temas cada.

A proposta apresentada por estes dois nomes proeminentes da música popular brasileira constituiu ainda um espectáculo de homenagem. O desfile de nomes incluiu Martinho da Vila, através da interpretação de «Brasil Mulato», André Abujamra, autor das composições «O Mundo» e «Alma Não Tem Cor» e Zeca Baleiro, que escreveu «Pedra de Responsa». Para o fim, César e Moska deixariam a interpretação em estreia de uma experiência em que ambos haviam trabalhado na noite anterior, e que se traduz na primeira canção concebida em conjunto, a que atribuiram o título provisório «Unhas».

Detentores de uma postura descontraída e relaxada, os músicos estiveram sempre bem-dispostos e comunicativos. Moska revelava, em jeito de explicação, que os concertos que ambos partilham são essencialmente um pretexto para o encontro de dois amigos. E, de facto, apesar de a actuação ter atravessado diferentes picos de entrosamento musical, é certo que a cumplicidade pessoal veio repor sempre que necessário o equilibrio desejável a uma parceria em palco. E o protagonismo, esse, nunca deixou de ser bipolar.

Fonte: Disco Digital

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