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Música do Brasil

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Gilberto Gil grava DVD ao vivo com Maria Rita

Gilberto Gil

 

Desde o início, o show de gravação do novo DVD de Gilberto Gil, realizado nesta terça-feira (29) em São Paulo, já mostrava que teríamos pela frente uma noite especial. Gil surgiu no palco sozinho, bem distante das numerosas bandas que marcaram seus outros DVDs. E sozinho permaneceu durante a maior parte da apresentação. Sua única companhia, com exceção de duas participações especiais, foi seu filho Bem Gil, ao violão e ocasional percussão.

E já que falamos em participações especiais, uma delas foi a responsável pelo grande momento da noite: Maria Rita. Ela cantou "Amor Até o Fim", canção que Gil compôs e que sua mãe, Elis Regina, gravou em 1974. Se comparada com a interpretação da Pimentinha, a de Maria Rita foi bem mais suave, adequada à atmosfera do show. Mas não por isso menos brilhante. "Ela suinga como a mãe", elogiou Gil, ao final do número.

 

 

 

A participação de Maria Rita marcou o momento em que o show efetivamente esquentou. Antes dela, a apresentação estava um tanto truncada. Gil parecia tenso, provavelmente por saber estar sendo gravado. O tamanho do local escolhido para a performance - o novíssimo Teatro Bradesco, com capacidade para quase 1,5 mil pessoas - também não ajudava. Com um conceito tão intimista, o show pedia um Gil mais próximo do público.

Esses obstáculos foram superados aos poucos. Com "Esotérico", vieram os primeiros aplausos mais entusiasmados. Em "Saudade da Bahia", de Dorival Caymmi, as palmas já apareceram no meio da canção. E, ao interpretar "Chiclete com Banana", de Gordurinha, Gil se arriscou a pedir que o público cantasse junto – e foi atendido, ainda que timidamente. Após dez músicas, ele chamou Maria Rita e, daí em diante, a apresentação fluiu mais naturalmente.

O repertório privilegiou, obviamente, canções de tom mais introspectivo. Caso de "Lamento Sertanejo", um dos mais belos momentos do show. Houve ainda sucessos como "Super-Homem, a Canção" e "Tempo Rei", surpresas como "Um Banda Um" e "Raça Humana", e ainda três inéditas: "Ponto pra Preto", "Quatro Coisas" e a melhor delas, "Das Duas Uma", que Gil fez especialmente para o casamento de sua filha Maria.

No geral, a atmosfera lembrou bastante a do disco Gil Luminoso, de 1999, também gravado no formato voz e violão. A lembrança ficou mais forte quando, após uma interpretação particularmente inspirada, ele foi chamado por alguém de plateia de "iluminado".

No bis, Gil e seu filho Bem foram acompanhados por José, filho mais novo do cantor. Seu baixo deu suingue às grandes "Refavela" e "Babá Alapalá", do disco Refavela, de 1977. O roteiro terminou com outro clássico, "Expresso 2222", com Gil na voz e violão e Bem no pandeiro.

Ele ainda voltou ao palco para repetir três músicas ("Rouxinol", "Refavela" e "Flora") e cantar outras duas que não estavam previstas: "Se Eu Quiser Falar com Deus" e "A Paz".

 

Veja abaixo a lista de músicas do show:

01. "Máquina de Ritmo"
02. "Flora"
03. "Esotérico"
04. "A Linha e o Linho"
05. "Metáfora"
06. "Super-Homem, a Canção"
07. "Saudade da Bahia"
08. "Chiclete com Banana"
09. "Das Duas Uma"
10. "Quatro Coisas"
11. "Amor até o Fim"
12. "Tempo Rei"
13. "Lamento Sertanejo"
14. "Rouxinol"
15. "Refazenda"
16. "Um Banda Um"
17. "Raça Humana"
18. "La Renaissance Africaine"
19. "Pronto pra Preto"
20. "Andar com Fé"
21. "Refavela"
22. "Babá Alapalá"
23. "Expresso 2222"
24. "Rouxinol"
25. "Refavela"
26. "Se Eu Quiser Falar com Deus"
27. "Flora"
28. "A Paz"

 

Fonte: IG Música