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Música do Brasil

Música do Brasil

Lançamento da Semana em Portugal

Ivete Sangalo em Madison Square Garden - CD e DVD
 

É já na segunda-feira, 13 de Dezembro, que é editado em Portugal o registo gravado por Ivete Sangalo no Madison Square Garden, em Nova Iorque. Disponível em CD e DVD, o trabalho apresenta Ivete Sangalo ao vivo numa das salas mais emblemáticas do mundo.

«Ivete Sangalo no Madison Square Garden» contempla também participações de Nelly Furtado , Juanes e Seu Jorge, entre outros. Numa actuação perante uma sala completamente esgotada, a noite do Madison Square Garden serviu para apresentar os grandes êxitos da cantora baiana, bem como músicas inéditas como o single «Acelera Ae» .

A produção do espectáculo contou com um orçamento superior a 5 milhões de dólares e mais de 800 pessoas no staff.

  
Alinhamento
  
CD
  
 
1. Brasileiro
2. Acelera Ae
3. Cadê Dalila?
4. Flores (Sonho Épico)
5. Desejo de Amar
6. Darte (Part. de Juanes)
7. Pra Falar de Você
8. Human Nature
9. Pensando em Nós Dois (Part. de Seu Jorge)
10. Me Abraça/Eternamente/Tá Tudo Bem/Pegue Aí
11. Where It Begins (Part. de Nelly Furtado)
12. Easy
13. Ahora Ya Sé (Agora Eu Já Sei) (Part. de Diego Torres)
14. Meu Segredo
15. Berimbau Metalizado
16. Qui Belê
17. Festa/Sorte Grande
18. Na Base do Beijo
 
DVD
 
 
1. Brasileiro
2. Acelera Ae
3. Flores (Sonho Épico)
4. Desejo de Amar
5. Darte (Part. de Juanes)
6. Cadê Dalila
7. Pra Falar de Você
8. Balackbak
9. Human Nature
10. Pensando em Nós Dois (Part. de Seu Jorge)
11. Me Abraça / Eternamente / Tá Tudo Bem / Pegue Aí - Medley
12. Where It Begins
13. Eva/Alô Paixão/Beleza Rara (Agora Eu Já Sei) (Part. de Diego Torres)
14. Meu Maior Presente
15. Easy
16. Ahora Ya Se
17. Meu Segredo
18. Berimbau Metalizado
19. Qui Belê
20. Festa/Sorte Grande
21. Na Base Do Beijo
22. Você e Eu (You and Me) (Part. de Dave Matthews)

Ivete lança DVD e reconhece: "artista é louco por palmas"

 

Depois de lotar o estádio da Fonte Nova, em Salvador, logo no início de carreira, Ivete Sangalo partiu para voos mais altos, incluindo um DVD no Maracanã completamente tomado por fãs e uma apresentação intimista gravada em seu próprio apartamento. Desta vez, a cantora apostou em um registro bem longe do conforto de casa: Nova York, nos Estados Unidos. Em entrevista exclusiva ao Terra, a baiana falou sobre a emoção no show no lendário Madison Square Garden - inclusive o momento em que foi às lágrimas - , o que espera desta empreitada internacional, do mercado fonográfico e não esconde o que a motiva como cantora: "O artista, em síntese, é vaidoso, egocêntrico e louco por palma e reconhecimento. A verdade é essa, mas com poesia".

 

Ouça com exclusividade Ivete Sangalo ao vivo no Madison Square Garden

 

Confira a entrevista com Ivete Sangalo

 

Terra - Depois de lotar dois estádios e um DVD intimista na sua casa, essa aposta na carreira internacional. Como foi o sentimento de registrar um show longe de seu País?
Ivete Sangalo - Eu acho que o que me fez ficar tão emocionada foi o fato de estar em outro país por conta do reconhecimento do meu trabalho. As pessoas se mobilizaram para fazer o DVD junto comigo. Fui sentindo isso paulatinamente. Chegando a época do show, os fãs iam se mobilizando e comentando. O Twitter faz com que a gente tenha essa ligação imediata e instantânea. Ali eu tinha a comunidade brasileira no exterior, os brasileiros que foram pra lá e os americanos, que foi quase 50% da casa. Foi uma honra pra mim. E aqueles americanos curiosos: "o que é essa mulher aqui no Madison com essa casa lotada? Abre o jornal com foto dela?". O fato de ganhar fãs e ter os meus fãs ajudando é uma sensação de time. E é o que nós somos. Foi emoção o tempo todo. O momento do show tem o fato de gravar o DVD e ter pensamentos técnicos sobre aquilo. Saber onde entrar, dançar e ter o momento certo. O que você viu no DVD foi o que aconteceu em tempo real. A confirmação de uma dedicação.

 

São tantos anos no palco e tanta experiência. Mesmo assim, você chorou durante a gravação no Madison Square Garden. Ainda é algo que te dá tanta emoção ainda?
Dá mais. O artista, em síntese, ele é vaidoso, egocêntrico e louco por palmas e reconhecimento. A verdade é essa, mas dentro de uma poesia, não é uma coisa pejorativa. Com alegria, poesia, uma história de vida e a sedução da música. A música me enlouquece. Eu viajo, me transporto. Você está ali fazendo uma coisa que adora podendo se exibir, dividir com outras pessoas e tendo reconhecimento. Agora o que é mais legal, as pessoas ávidas por coisas novas vindas de você. Isso é uma assinatura de credibilidade. Quando você pensa isso no meio da emoção com a banda tocando e as pessoas ali com aquele olhar de amor, só o computador não chora.

 

Muitos enxergam a carreira internacional como algo motivado pelo ego. Você estampou no seu material de divulgação frases como "o Brasil no Mundo". Você se enxerga como uma embaixadora do País?
Eu me sinto também. Uma pessoa que faz parte desse time e joga o Brasil lá no cenário musical. É preciso que as pessoas entendam e é dever do artista saber elucidar essas situações. Quando se fala em carreira internacional, as pessoas pensam que a Ivete vai gravar hip-hop, fazer um clipe com um artista americano e vai bombar nas rádios do mundo inteiro. Não é assim. É um artista brasileiro que tem seu som, suas características e vai tentar entrar no mercado do mundo. Não necessariamente só no norte-americano. Quando falo mercado internacional falo Argentina, Colômbia, México, Portugal, Espanha, enfim.

 

Já tem alguma estratégia?
Isso leva um tempo de dedicação. Estrategicamente eu acho que não se pode largar seu público. Tenho interesse no meu País e ele é prioridade. Vou fazer um trabalho como se fosse um recomeço mesmo, mas suportada por muitos anos no Brasil. Eu não posso esbarrar na vaidade artística de estar "no primeiro lugar". Os artistas que tiveram calma e paciência, persistindo naquilo, chegaram. Tem que ter um conteúdo verdadeiro. É um primeiro passo.

 

Você já tem um DVD no Maracanã, que é maior que o Madison Square Garden. Da onde veio a ideia do registro em Nova York?
O Madison tem um poder de atenção da mídia como se fosse templo da música mundial. Existe uma "assinatura" do lugar. Um carimbo. Quem vê um DVD ao vivo de uma cantora lá, já tem outra impressão.

 

Você é famosa por sempre trabalhar em todos os patamares do disco e shows. Como foi nesse caso?
O show em si foi concebido artisticamente por mim e Alexandre Lins, que sempre foi produtor de meus discos. A gente trabalha há muito tempo junto. Então ele traz ideias e eu também e muitas vezes é a mesma opinião. Tudo o que é relacionado a estética do show é dedo meu, também pra otimizar o tempo. A noção do palco e do show é toda capitaneada por mim, com ajuda de muita gente. O conceito é meu. Na parte de divulgação, eu também me envolvo. Não sou a pessoa que determina, mas somos um grupo. Eu não trabalho só.

 

Seu disco tem lançamento exclusivo na internet no Terra Sonora. O que você acha da música neste formato?
O Terra Sonora inclusive ganhou o Prêmio Música Digital. Eu estava lá. Arrasaram. Acho que a gente precisa de uma situação legal na internet pra driblar o mau caratismo. A questão do download é muito bem vinda pra usufruir da internet em benefício do consumidor, compositor, artista e daquele que acredita e investe. Querendo ou não é um mercado. O artista precisa ser respeitado. Quando ele faz um trabalho e dá a disponibilidade é preciso de respeito. Esses veículos vieram em um momento bom. No meio da pirataria, os artistas perderam a oportunidade de estar ligados a gravadoras gigantecas e a mídia para um seguimento que dá oportunidade. Sou uma internauta assídua e sou favor do que é legal.

 

Fora o DVD, o que os brasileiros verão deste show?
Vamos começar essa turnê depois do Carnaval. Os meses que antecedem as festas são de verão com muita cara de trio elétrico. Para começar a turnê e ter a responsabilidade de correr as principais capitais com o show completo, vou fazer um "madissinho", com algumas pequenas ausências de cenário em função do tamanho das casas.

 

Fonte: Terra Música

Exaltasamba une passado, presente e futuro em DVD especial dos seus 25 anos

 

Aniversário é uma das datas mais festejadas por qualquer pessoa. Imagine então o que deve ser comemorar 25 anos ininterruptos de trabalho e sucesso, com 10 milhões de discos vendidos e serviços (bem) prestados à musica popular brasileira, mais especificamente, aos samba e ao pagode.

Com a idéia de transmitir toda esta festividade e jornada em um DVD especial e histórico, o grupo Exaltasamba colocou em prática tudo aquilo que foi planejado e sonhado durante muito tempo. O palco: um estádio de futebol. O público: quase 40 mil fãs que se auto-intitulam de "exaltamaníacos". O motivo da comemoração: duas décadas e meia daquele que é o maior grupo de samba do país hoje.

Apresentada e anunciada pela atriz Regina Casé, amiga pessoal dos integrantes do grupo, a abertura do show teve como trilha sonora quatro canções de sucesso do conjunto (Luz do Desejo, Já Tentei, Fui e Eu e Você Sempre), em versão instrumental, interpretadas pela Orquestra Bachiana, regida por Sergei Eleazar de Carvalho.

A primeira canção do novo DVD chama-se Tá Vendo Aquela Lua, uma das músicas mais tocadas nas rádios brasileiras nos últimos meses. Cantada por Thiaguinho, a música fez os milhares de fãs sentirem um misto de alegria e empolgação com o show que acabara de começar. 

A primeira participação especial do DVD vem a com a música Minha Razão. Dividindo os vocais com a dupla Chitãozinho e Xororó (que completou 40 anos de carreira em 2010), o Exaltasamba fez com que a canção inédita parecesse mais um de seus inúmeros sucessos. O público reagiu de forma positiva.

Hits de outros artistas também fizeram parte do novo projeto do Exalta, como é o caso de Falando Segredo, sucesso na voz do Grupo Art Popular. Bem Que Se Quis, conhecida através da cantora Marisa Monte, e Tô Dentro, Tô Fora, dos Morenos, também fizeram parte do repertório. Com refrão fácil e letra maliciosa e cativante, Fugidinha é uma das mais animadas e empolgantes canções do DVD. A musica, gravada também pelo cantor sertanejo Michel Teló, é uma das preferidas do grupo nesta nova fase.

Outra promessa de sucesso é a canção Hoje Tem. Disponibilizada antes na internet, só que em formato apenas de voz e violão, a música mostra que a fórmula nova de usar palavras e frases com duplo sentido, adotada pelo Exaltasamba desde a entrada de Thiaguinho no grupo, em 2003, vem dando certo.

UMA CARTA PARA DEUS

Um dos momentos mais marcantes do DVD é a participação do Padre Reginaldo Manzotti, na música Uma Carta Pra Deus. Com frases fortes e de impacto, a canção aborda os principais problemas vividos pela sociedade atual, em forma de carta. Mais de 35 mil chaveiros iluminados foram entregues aos fãs e ligados no exato momento em que a letra ecoou pelo estádio, proporcionando assim um belo espetáculo no Parque Antártica.

Quem também participou da festa foi a cantora e atriz Mariana Rios, que fez sucesso em Malhação. A jovem mostrou seu talento num dueto com Thiaguinho em Viver Sem Ti, musica que fala sobre o fim de um relacionamento de um casal apaixonado.

E como a celebração de 25 anos era o grande foco da noite, o MC Catra foi o responsável por agitar a comemoração com a canção A Gente Faz A Festa. A participação do funkeiro foi um dos pontos mais agitados e contagiantes do show.

O último convidado especial foi Rodriguinho, ex-Travessos. Amigo pessoal dos integrantes do grupo e responsável pela composição de boa parte das músicas do novo DVD, o cantor, que atualmente segue carreira solo, fez uma apresentação especial ao lado de Thiaguinho em Para de Falar Tanta Besteira.

O encerramento, como sempre acontece nos shows do Exaltasamba, ficou por conta de uma canção alegre e animada. Toda Forma de Amor, de Lulu Santos, em um ritmo mais rápido e remasterizado, foi a musica escolhida para finalizar com chave de ouro o maior e mais ousado trabalho do quinteto.

Resumindo, o DVD é um trabalho impecável e digno dos 25 anos de lutas e conquistas do Exaltasamba.

Além da apresentação no Palestra Itália com quase duas horas de som, o Exalta ainda incluiu no DVD um bônus especial com um pocket show no Vale do Anhangabaú.

 

Fonte: Vírgula Música

CPM 22 lança novo videoclipe

O novo álbum da banda CPM 22 ainda não chegou às lojas, mas a banda já lançou o primeiro ‘single’ e o videoclipe da música “Vida ou Morte”, primeira amostra desse novo trabalho que traz a banda com uma sonoridade um pouco diferente daquela que os fãs estavam acostumados.

O videoclipe da múisca “Vida ou Morte” já circula na internet e tem direção de Rodrigo Giannetto. Ao contrário do Hardcore que projetou o nome da banda no cenário nacional, nesse novo trabalho o quarteto aposta em outra de suas influências, o Ska.

O novo disco do CPM 22 ainda não tem nome definido e nem data exata para chegar às lojas, já que o grupo negocia com alguns selos e gravadoras sobre o lançamento. Confira abaixo o vídeo de “Vida ou Morte”:

 

Fonte: Território da Música

Dupla sertaneja Rick e Renner se separa

Descomprometimento de Renner na divulgação de último álbum causou rompimento; Rick sairá em carreira solo

 

A parceria entre Rick e Renner acabou. Rick tomou a decisão de separar a dupla devido às constantes faltas do companheiro nos eventos de divulgação do 16º álbum, "Happy End", recém-lançado.

Rick seguirá em carreira solo a partir do próximo ano. O cantor já havia feito show sozinho no último fim de semana, antes do anúncio do fim da parceria. As músicas de "Happy End" não serão mais trabalhadas em rádios.

A notícia não chega a ser surpresa, já que durante 2010 correram diversos boatos sobre o fim da dupla, devido ao CD de Rick com seu filho, Victor, e à candidatura de Renner ao Senado, pelo estado de Goiás. Mal nas pesquisas, o cantor abandonou o pleito duas semanas antes das eleições.

Em mais de 20 anos de carreira, Rick e Renner lançaram 16 CDs e dois DVDs, com vendas superiores a 7 milhões de cópias.

 

Fonte: Último Segundo

Toni Garrido volta ao grupo Cidade Negra

 

O cantor Toni Garrido volta ao posto de vocalista da banda Cidade Negra. Garrido, que deixou a banda em 2008 e lançou um álbum solo no ano seguinte, estará à frente da banda no início de 2011.

A informação da reunião do cantor com os antigos parceiros foi divulgada na coluna “Gente Boa”, do jornal O Globo, mas ainda não foi confirmada no site oficial da banda. Garrido esteve no posto de vocalista do Cidade Negra por 14 anos e lançou no ano passado o álbum “Todo Meu Canto”.

Enquanto Garrido trabalhava em sua carreira solo, o Cidade Negra se reformulou com o cantor Alexandre Massau e lançou o álbum “Que Assim Seja”, que chegou às lojas este ano.

 

Fonte: Território da Música

Mallu Magalhães lança música inédita na internet

“Sur Mon Coeur” é o nome de uma nova composição da cantora Mallu Magalhães que foi divulgada na internet na última terça-feira, 1º. A música, com letra em francês, está disponível no YouTube e você confere logo abaixo.

O vídeo caseiro publicado no YouTube foi montado pela própria Mallu, segundo mensagem publicada por ela em seu perfil no Facebook. “Eu que fiz... A música, letra, arranjo, eu que toquei, filmei, fotografei, editei... Que orgulho!”.

 

Fonte: Território da Música

Renato Teixeira lança CD e DVD com o amigo Sérgio Reis

Os cantores Renato Teixeira e Sérgio Reis são velhos amigos. Vizinhos, se conhecem desde a década de 1960 e juntos ajudaram a moldar o que ficou conhecido como a música sertaneja. Agora, eles lançam Amizade Sincera, um CD e DVD gravado ao vivo, onde juntos interpretam clássicos da música brasileira (rural, caipira, sertaneja, folclórica), como Romaria, de Renato, Menino da Porteira, de Sérgio, Trem do Pantanal e Comitiva Esperança, entre outras.

Falando com o Terra, Renato transformou a entrevista em uma verdadeira "prosa", relembrando o início de carreira, a amizade com Sérgio, sua visão sobre o sertanejo do passado e do presente, e a atual crise da indústria fonográfica. Logo de saída elecontesta o rótulo "sertanejo de raiz", e diz que faz música folk. "Não digo que a gente faz música de raiz, não gosto desse temo. Prefiro falar que a gente faz uma reinterpretação da música folk brasileira, das baladas passadas de geração em geração no interior do Brasil. É uma postura diante do mercado global, cantar as coisas que o povo diz. Como a gente nasceu com isso, musicaliza. É aquela coisa do pessoal da roça cantando enquanto trabalha", explica.

 

Influência da MPB
Ele relembra o início de carreira e o encontro com o amigo Sérgio Reis. "Eu apesar de caiçara, nascido em Santos, fui criado em Taubaté, no interior. Cresci em uma família de músicos, ouvindo MPB, samba, mas quando comecei pensava: 'eu sou lá de Taubaté nunca vou conseguir fazer um samba como o Paulinho da Viola, falar do mar como o Caymmi. Minha história é interiorana, tenho que falar sobre isso'. Foi daí que veio Romaria, por exemplo, que é uma releitura disso. Já o Sérgio veio da Jovem Guarda, aprendeu aquela linguagem, e quando assumiu essa coisa mais rural, buscando o repertório mais original, ele fez com esse filtro da jovem guarda. Nós dois interferimos nesse repertório, cada um por um caminho, e acabamos ficando amigos", lembra.

Renato é taxativo: "A música do interior sempre foi relegada, não precisava ser assim. Descobri que a música da cultura caipira tinha coisas para dizer. Compositores como João Pacífico estão no mesmo nível do Nelson Cavaquinho, do Cartola. Bom, não sei se dá pra falar isso, mas é por aí", brinca. "Você vê que no interior do Estado de São Paulo tem uma qualidade de vida para você se desenvolver, tem o clima, a tranqüilidade, mas cadê o cantor pra interpretar isso? Eu me perguntava isso lá atrás", afirma. Ele explica que procurou trazer um pouco do "molejo" do samba e da MPB para a música caipira. "Os cantores sertanejos geralmente são muito 'duros', acho que o sertanejo precisa desse molejo do samba. Essa pincelada de MPB acho que foi minha maior contribuição."

Sobre o atual estágio da música sertaneja, muito popular e profissionalizada, que reflete o próprio desenvolvimento do interior do Brasil, ele filosofa. "O ser humano adora uma aglomeração, 'festar'. O cara quer ir pra rua bater tambor, paquerar. E com a música sertaneja de fundo, você se sente mais 'em casa'. Vê o show do Paul McCartney, lá o cara tá na casa dele. Fazer festa é coisa do instinto humano, e essa música sertaneja atual é ideal para isso. Acaba desenvolvendo um mercado, porque a cervejaria quer vender, a empresa de celular quer vender, tem a menina bonitinha..."

 

Novo Sertanejo
Mas ele não deixa de ter críticas sobre a música atual. "Esse negócio de sertanejo universitário é um rótulo, inventaram para colocar como uma sequência daqueles sertanejos de antes, que é 80% banalidade. Poderiam chamar de 'sertanejo moleque'", brinca. "Vai chegar uma hora em que a humanidade vai cansar desta banalidade. Como rolou nos anos 50 com a bossa nova, nos anos 60 com toda aquela geração que revolucionou, e até antes, nos anos 20, com o Pixinguinha, Noel Rosa, uma hora vem a ruptura."

Ele enfatiza que vê com bons olhos o profissionalismo e a força da nova geração sertaneja, mas admite que não é sua "praia". "Eles mandam bem mesmo, a produção é boa, a estrutura, o som, o profissionalismo. Mas pra mim não funciona tocar em rodeio de Barretos, essas coisas. Eu bato o tamboro do coração, que tem a ver com nossa cultura, nossa vida. Meu show é mais uma coisa de ficar em casa, um convite à reflexão", diz. Mas afirma que muitos jovens também procuram conhecer sua música. "Se for analisar a faixa etária, diria que 60% é gente de 40 anos pra baixo. Mas é gente que não vai atrás de modismo, querem ver a música mesmo, mostrar pro vovô essa linha que une a família, eu reparo isso e não é de agora. Mas claro que com os velhinhos é jogo ganho, que nem roubar doce de criança".

 

Pirataria e internet
Renato afirma que os discos estão vendendo muito bem e ele e Sérgio já estão com a agenda de shows lotada. "Graças a Deus está indo muito bem. Eu vi outro dia e estava entre os cinco mais vendidos. Acho que agora no final de ano vai ser muito bom. Até criamos um slogan: 'dê Amizade Sincera pro seu amigo oculto", brinca. Sua visão sobre o futuro da música enquanto negócio é otimista. "As novas gerações valorizam essa exigência em relação à qualidade, à letra, à melodia, à poesia, e isso vale também para a embalagem. Pode baixar na internet, pode comprar o pirata, mais se ver o produto bonitinho, com qualidade, capa legal, ele compra. Eu digo que o pirata é que nem a ditadura, não dura para sempre."

 

Fonte: Terra Música

‘Muita gente nem sabe quem sou’, diz Bebel Gilberto

De sandália rasteira e calça jeans dobrada na altura da canela estilo “pescador”, Bebel Gilberto acerta detalhes do ensaio derradeiro para o último show da turnê de “All in one”. O CD, lançado há cerca de um ano, acaba de colocar a cantora na disputa pelo Grammy, o maior prêmio da música mundial, pelo melhor disco contemporâneo de world music.

Apesar do título, e de boa parte do repertório, em inglês, Bel – como é chamada pelos amigos – quer ser artista popular. “Esta é a segunda vez que toco na Lapa e isso é tão essencial quanto tocar no Sesc Pompeia (SP)”, diz. “É a oportunidade de me apresentar para muita gente que nem sabe quem eu sou”, afirma a filha de João Gilberto e Miúcha, que já vendeu mais de 2,5 milhões de cópias no exterior.

Nascida e radicada em Nova York, Bebel acumula 18 anos de juventude dourada nas areias de Ipanema. O encerramento das apresentações na Lapa carioca, nesta quinta-feira (2), no Circo Voador, parece ser especial: “Há um aperto no coração quando toco no Rio”. Há três anos Bebel não se apresentava por aqui.

Parceira de “Eu preciso dizer que te amo”, com Cazuza e Dé, e ovacionada por dar um banho de música eletrônica na Bossa Nova – gênero do qual seu pai foi um dos fundadores –, Bebel Gilberto foge de rótulos. “Tenho mais é que evitá-los. Pop eu sempre vou ser”, afirma. “Eu já estou numa fase da vida em que toco Bebel’s Music”, ri.

“Tambores sempre altos”

No estúdio Floresta, no Cosme Velho, músicos que acompanham a cantora há uma década mostram que o repertório está maduro. Mais constante no grupo, o japonês Masa Shimizu ensaia sentado, alternando acordes de violão e baixo. Bebel, mais agitada, age como se estivesse no show. Saca o microfone do pedestal, cumprimenta o “público”, levanta as mãos, sacode os braços. Dança quase o tempo todo. Seus quadris seguem o compasso do paraense Magrus Borges. “Tambores amazônicos sempre altos”, ela pede ao baterista (e percussionista).

Além de composições autorais como “Canção de Amor”, “Port Antonio” e Dahling, parceria com Padro Baby, que fará participação especial no show no Circo, há, pela primeira vez, uma regravação de seu pai. “O repertório é sentimental, mas cantar Bim Bom é fichinha perto da emoção de me apresentar no Brasil”, ela diz.

Durante último ensaio, Bebel Gilberto abriu as portas do estúdio para o iG. Veja:

iG: Esse show encerra a turnê de “All in one”, que teve apresentações nos Estados Unidos, na Europa e na Asia. Mas você optou por encerrar os trabalhos no Rio de Janeiro. Qual a expectativa?
Bebel Gilberto: Rio de Janeiro e Lapa são lugares que fazem parte da minha vida. No caso do Circo Voador, eu participei da montagem dele, o que faz com que eu me envolva de uma forma única. Quando o Circo saiu do Arpoador e foi para a Lapa, eu já não tinha mais tanto envolvimento. Mas ao mesmo tempo eu sempre quis levar minha música para lá. E, no caso da Lapa, poder popularizar a minha música. Não quero que ela fique elitizada, quero que ela seja acessível. É isso que estou fazendo agora.

iG: Pela primeira vez você gravou uma composição do seu pai. Há uma relação sentimental com este repertório, que também traz Carmem Miranda e Bob Marley?
Bebel Gilberto: Sempre tem. Mas o que mexe mesmo comigo neste momento é tocar no Rio, reencontrar meus amigos. Estar no Brasil já dá um aperto no meu coração.

iG: Você aposta em alguma música específica para mexer com o público?

Bebel Gilberto: “Acabou Chorare” vai ser bem legal, ficou bem bonito.

 

 

iG: Participações especiais e surpresas, você pode adiantar alguma?
Bebel Gilberto: O Otto é meu convidado especial. E também a Orquestra Voadora. Fiz um show fechado recentemente, organizado pela Toulon, e eles estavam lá. Dei uma “roubada” na ideia e a gente vai repetir essa oportunidade para quem não viu.

iG: Esse show encerra uma turnê de um ano. E depois, o que você vai fazer?

Bebel Gilberto: Férias no Rio e na Bahia. Em janeiro volto para Nova York, e começo a cuidar do meu novo CD e do DVD. Quero fazer um acústico. O (ator) Guilherme Leme vai me ajudar na concepção e direção do DVD.

iG: Para quem é apontada como a grande intérprete da bossa eletrônica, fazer um CD acústico deve ser um desafio. O repertório já foi escolhido?
Bebel Gilberto: Vai ser uma mudança radical para dar um gostinho. É cedo para falar na escolha das músicas. Eu falo, e não acontece, fico com a cara no chão. Mas o Otto deve participar. Vai ter muita coisa boa.

iG: Você vai dividir suas férias entre o Rio, onde você cresceu, e a Bahia, onde seu pai nasceu. A Bebel de Nova York tem saudades da Bebel brasileira?

Bebel Gilberto: Pois é, tenho família lá na Bahia e uma relação muito intensa com tudo de lá. E aqui no Rio tenho os mesmos amigos há 25 anos. Embora eu seja uma pessoa comedida, adoro tomar um chope com eles no Leblon.

 

Fonte: Último Segundo