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Música do Brasil

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Abacateiro chega a Portugal com nova música popular brasileira

A recente editora discográfica brasileira Abacateiro, dedicada à música popular brasileira (MPB) emergente, acaba de entrar no mercado português com a edição de três álbuns de originais e concertos nos festivais de Verão.

A Abacateiro surgiu este ano no Rio de Janeiro pela mão do músico luso- brasileiro Pierre Aderne com a edição dos projectos de estreia dos Doces Cariocas, de Alvinho Lancelotti e do próprio fundador da editora.

«Abacateiro surgiu de uma ideia de uma editora cooperativa, em que todos os núcleos que fazem parte da produção, desde a pré-produção até à finalização do álbum, fossem sócios do todo», explicou Pierre Aderne à agência Lusa, referindo o carácter democrático do projecto.

Em Portugal, com distribuição da FNAC, a Abacateiro editou «Alto Mar», de Pierre Aderne, o álbum homónimo dos Doces Cariocas e «Astrolábio», de Alexia Bomtempo.

Todos eles fizeram nas últimas semanas o circuito de pequenas apresentações pelas lojas FNAC, no dia 09 Alexia Bomtempo vai estar no festival Sudoeste, na Zambujeira do Mar, e os Doce Cariocas passam, a 15 de Agosto, pelo Super Bock Surf Fest, em Sagres.
 

A escolha da árvore do abacate para baptizar este projecto editorial independente é bem mais prosaica do que possa julgar-se: «Tem um bela sombra. A ideia número um era que estes artistas da MPB contemporânea pudessem estar debaixo dessa sombra de uma forma tranquila».

Há ainda referência, segundo Pierre Aderne, à canção «Refazenda», de Gilberto Gil, na qual o ex-ministro da Cultura canta «Abacateiro serás meu parceiro solitário/Nesse itinerário da leveza pelo ar/Abacateiro saiba que na refazenda/Tu me ensina a fazer renda que eu te ensino a namorar».

Na Abacateiro os projectos são abertos, de partilha entre vários músicos. Nos Doce Cariocas, por exemplo, participam Pierre Aderne, Alexia Bomtempo, Domenico e Alvinho Lancelotti, Simoninha ou Pretinho da Serrinha, todos da recentíssima MPB.
 

Pierre Aderne, o elo de ligação entre todos, tem 42 anos, é filho de mãe brasileira e pai português, um professor de literatura portuguesa natural de Vilar dos Prazeres, próximo de Ourém.

Em Portugal até ao final do mês de Agosto, Pierre Aderne aproveita para «matar saudades» da cultura portuguesa, para «estar com a família, beber uma ginjinha e cantar o fado, um fado de gringo».

«A minha casa sempre foi uma casa portuguesa, independentemente de estar no outro lado do Atlântico», sublinhou o músico.

Com «os Doces Cariocas, as músicas nasceram de um encontro de amigos nas montanhas perto do Rio [de Janeiro] num lugar chamado Araras. O próximo projecto dos Doces Cariocas: a gente vai ficar no Douro, numa encosta daquelas lá, sentados lá nos socalcos, deixando o tempo passar e compondo», disse Pierre Aderne.
 

Até ao final do ano, a Abacateiro conta editar em Portugal o álbum «Melhor», de Wilson Simoninha, filho do músico brasileiro Wilson Simonal, e que inclui o tema «Mareio», composto, segundo Pierre Aderne, «na proximidade do Tejo e sempre bebendo na fonte da poesia portuguesa, de José Régio e Fernando Pessoa».

Um álbum de samba em voz e violão de Gabriel Moura e outro de Edu Krieger são outros projectos a sair na Abacateiro.

 

Fonte: Disco Digital