Maria Bethânia e Omara Portuoundo editam em conjunto álbum
O encontro há três anos entre Omara Portuondo e Maria Bethânia produziu um álbum, gravado em Janeiro do ano passado, e agora editado em Portugal, em que exploram raízes musicais comuns.
A história deste disco produzido por Jaime Alem e Swami Jr., maestros de Bethânia e Omara, respectivamente, começou em 2005 quando a cubana realizou uma digressão ao Brasil e mostrou vontade em conhecer Maria Bethânia.
As duas cantoras decidiram então gravar um álbum juntas, o que viria a concretizar-se em Janeiro do ano passado, com o disco a ser gravado na Biscoito Fino, a editora da cantora brasileira.
Basicamente acústico, o álbum inclui canções a solo e duetos e algumas faixas surgem com uma canção cubana e outra brasileira sobre o mesmo tema, reforçando as ligações que as duas cantoras encontraram nas suas músicas.
Na opinião do antropólogo francês Erwan Dianteill, as raízes ancestrais são os escravos negros vindos de África que trabalharam na monocultura da cana do açúcar, quer em Cuba quer no Brasil.
«Lacho» (Facundo Rivero/Juan Pablo Miranda) e «Menino grande» (Antônio Maria), duas canções de embalar, abrem o CD.
Mas este não é o único exemplo, se Omara canta «Palabras» de Marta Valdés, Bethânia interpreta «Palavras» de Gonzaguinha, entre outras.
Em duo Omara Portuondo e Maria Bethânia interpretam «Tal Vez» (Juan Formell) e «Você» (Heckel Tavares/Nair Mesquita).
Outro tema interpretado em duo é «Só vendo que beleza - Marambaia» (Rubens Campos/Henricão) em que Omara Portuondo se aventura no rap.
As duas cantoras revisitam o repertório de Esther Borja e interpretam «Para cantarle a mi amor» (Orlando de la Rosa).
A solo, Omara interpreta «Nana para um suspiro» (Pedro Luís Ferrer), e «Mil concojas» (Juan Pablo Miranda), enquanto Bethânia escolheu «Arrependimento» (Dolores Duran/Fernando César) revisitando o repertório da brasileira Dircinha Baptista.
Para o crítico de música Sidimir Sanches este CD, editado em Portugal pela IPlay, «é um trabalho que traz à superfície um reencontro pois o encontro cabe à ancestralidade».
Fonte: Disco Digital